Elizabeth Coffey Williams passava por um momento de
transição quando teve seu corpo eternizado em película. Sentiu um grande alívio
fazendo parte dos chamados Dreamlanders, grupo de jovens (a princípio de Baltimore) que trabalha nos filmes de John Waters, após um período bem conturbado de sua juventude na Pensilvânia natal,
onde sofreu todo tipo de desmerecimento simplesmente por ser quem é.
Ela fez cirurgia de
troca de sexo semanas após filmar Pink Flamingos. Participaria ainda de Female Trouble
(1974), o filme seguinte do diretor, como a colega de cela e amante da
Divine no corredor da morte.
Coffey ainda pode ser vista no clip da música Walk Like A Man, estrelado por Divine em 1985. É a garota do saloon resgatada por Divine ao final.
Acabou por se separar dos Dreamlanders ao casar e sair de Baltimore após as filmagens de Female Trouble. A partir daí desenvolveu uma carreira como produtora
cultural (na área da música e cinema) e artista plástica, criando colchas em tecido.
Aos 67 anos de idade continua casada e tem um filho adotivo. Sua trajetória é mencionada num texto da ONG “Freedom for all americans” sobre a história de 10 idosos do Estado da Pensilvânia pertencentes ao grupo LGBT
que após sofrerem discriminação no passado, pedem mais atenção das leis estaduais.
A artista já teve cirurgia biliar emergencial recusada num hospital após o
médico ler seu histórico. Coffey atualmente está fundamentada e confiante, orgulhosa
do trabalho pioneiro e público que ela fez décadas atrás: "Me destacar
assumidamente como uma performer e artista mulher trans há mais de 40 anos foi
um ato de extrema provocação."
Diz que muita coisa mudou na Pensilvânia desde que foi
criança, a grande maioria da população agora apoia LGBTs, o que permite que muitos gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros conquistem carreiras de sucesso.
Mas o Estado não têm acompanhado a opinião pública falhando em dar proteção
suficiente contra a discriminação no emprego, habitação e espaços públicos.
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