Sabemos em 2016 que L'Tanya Griffin existiu graças a alguns
sites e blogs atentos ao século XX. Mulher e negra, a estilista é quase um
mistério hoje, mas os poucos registros de sua existência apontam para uma vida artística promissora entre as décadas de 40 e 50.
Griffin, considerada uma das primeiras afro-americanas
a ficar conhecida com seu sobrenome de solteira, teria conseguido um histórico contrato
como figurinista em Hollywood. Não com qualquer estúdio, mas com a Companhia de
Ed Wood Jr., conhecido na posteridade como o pior cineasta de todos os tempos.
Ed Wood e Vampira: Os piores do mundo |
Por motivos desconhecidos, mesmo de origem bastante humilde, L'Tanya
Griffin se inscreveu para um curso
de designer de moda na tradicional Lipson School de Los Angeles. Seus
professores a incentivaram a ir para Nova York, capital da moda norte
americana.
Ficou apenas um ano lá, trabalhando mais como modelo, mercado
bem limitado na época, com a segregação racial a todo vapor. De volta a Los Angeles começou a vender alguns desenhos.
A sorte finalmente bateu na sua porta quando o independente Guild
Studios a contratou para desenhar os vestidos da transgressora Ida Lupino.
Belíssima estrela ruiva à frente do seu tempo, Lupino ficou conhecida por ir além do
glamour, dirigindo também muitos filmes, alguns considerados clássicos.
Dorothy Dandridge na Life com um dos vestidos de L'Tanya Griffin |
Nesse meio tempo a estilista se casou passando a ter um
relacionamento possessivo e autodestrutivo. Numa das brigas com o marido acabou
cega de uma vista o que não a afastou da profissão, embora tenha lhe tirado do
eixo que seguia.
A partir de 1954 passou a desenhar para filmes B em Hollywood,
principalmente os filmes de Ed Wood. Esse universo é tão extensamente
revisitado que causa estranhamento que L'Tanya Griffin seja um nome praticamente desconhecido até
entre estudiosos.
Também em 1954 ela foi capa da revista Jet (voltada a comunidade
afro). Na matéria ela comentava que a mulher afro americana estava se vestindo
muito mais e descartando as multe cores que sempre lhes favoreceu.
O historiador Michael Henry Adams confessa que até 2005
jamais tinha ouvido falar nela! Foi pesquisando para uma exposição no museu da
Cidade de Nova York que ele tropeçou em seu nome pela primeira vez e puxou o
fio do novelo, descobrindo parte da trajetória da artista, embora ainda falte bastante.
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