O cinema ajudou a difundir termos clínicos como psicose, que
entrou na "moda" a partir do filme dirigido por Alfred Hitchcock em 1961, mas
também batizou outros como gaslighting. É basicamente o que o vilão
interpretado por Charles Boyer faz com Ingrid Bergman em À Meia Luz (Gaslight,
1944 de George Cukor).
Gaslighting é o ato de distorcer ações, inventar ou omitir que
a vítima passe a duvidar de sua própria memória, percepção e sanidade. O termo,
adotado oficialmente na psiquiatria a partir de 1960, vem justamente do filme que
adaptava o texto escrito com muito sucesso para os palcos ingleses em 1938,
servindo para um filme local dois anos depois, mas a produção mais famosa é a
de Hollywood.
Na ficção no Brasil vimos Gaslighting na novela Rainha da
Sucata (1990) escrita por Silvio de Abreu. O autor reproduziu o filme de 1944
nos personagens interpretados por Daniel Filho e Renata Sorrah, que pouco a
pouco começou a achar que estava enlouquecendo, mas era o marido quem armava as
situações.
A prática adotada por sociopatas, bem fácil de entender para
quem assistiu ao filme, é bastante comum no ambiente doméstico para esconder
infidelidades conjugais. As vítimas (comumente femininas) costumam ser tratadas
como histéricas, descontroladas e muitas vezes passam a acreditar que são elas
quem estão fazendo mal ao abusador.
É possível nos lembrarmos de situações semelhantes também no
ambiente profissional, geralmente usado por patrões que pensam estar mantendo o
domínio sobre os subordinados. Todos os erros e falhas recaem no funcionário
que terá dificuldade em se justificar.
Não sabia que isso tinha um nome. Já senti na pele o que é as pessoas tentarem te fazer acreditar que você está louco. Achava que era o #diferentão por nunca ter ouvido falar em casos assim.
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