Apenas héteros poderiam ser 007, revela ator

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 George Lazenby, o segundo ator a interpretar James Bond, revelou no documentário Everything or Nothing The Untold Story of 007 (2012 de Stevan Riley) que ficou quatro meses fazendo testes. Se sabia montar cavalo, nadar, mergulhar e se era heterossexual!

Ele, que mentiu experiência como ator (só havia feito comerciais como modelo), teve que provar todos os atributos de ação para os produtores Albert R. Broccoli e Harry Saltzman. Num certa noite recebeu a visita de uma garota em seu quarto a fim de terem certeza de que era hétero.

Os cuidados com a mina de ouro chamada James Bond eram extremados naquele tempo. É ridículo hoje em dia pensar no que uma coisa tinha com a outra, já que o trabalho de interpretar deveria vir antes de tudo.

Enfim, inegável que os primeiros filmes do agente com licença para matar são pérolas do passado, transbordando de chauvinismo, xenofobia e outros preconceitos. Então, não é tão estranho assim saber que nos bastidores era igual.

Lazenby passou em todos os testes, mas acabou fazendo apenas 007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade(On Her Majesty's Secret Service, 1969 de Peter R. Hunt).  Pulou fora por não estar de acordo com todas as imposições dos produtores fora do set de filmagens, além de outros motivos como você lê clicando aqui.

Em 2015 Roger Moore, que interpretou o personagem em sete filmes, gerou polêmica ao dizer que James Bond jamais poderia ser mulher, negro ou gay, “simplesmente porque não foi assim que Ian Fleming o criou”. Realmente o autor Fleming (1908-1964) tinha uma postura extremamente centrada no que era seu herói, conforme o próprio documentário já citado acima lembrou com uma antiga entrevista dele.


Convenhamos também que a série de filmes iniciada em 1962 com O Satânico Dr. No (Dr. No de Terence Young) não durou até agora com imenso sucesso sendo necessariamente fiel a seu autor ou ao espírito da época em que foi criado. Muito menos dependendo apenas da audiência “heterossexual adulta”.

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