Pôster francês: "a estrela atômica" |
A referência óbvia é ao seu mais famoso trabalho que havia
sido lançado quatro meses antes. Consta que a atriz ficou horrorizada e depois
furiosa quando descobriu que a Columbia Pictures estava usando isso para
promover o filme.
Segundo Orson Welles, seu marido na época, ela quis ir a
Washington fazer uma coletiva de imprensa, mas Harry Cohn (presidente do
estúdio) não a deixou porque seria antipatriótico. Oficialmente a “homenagem”
havia partido dos soldados que eram seus fãs.
Por décadas, aliás, essa ninguém nunca tinha realmente visto
a foto de Rita Hayworth na tal bomba. Parecia mais um hoax difundido pela
imprensa da época que se estendeu pela história.
Até que o pessoal do blog Conelrad Adjacente especializado
sobre Guerra Fria, segredos atômicos e coisas do tipo chegou até as imagens
abaixo num documentário.
E realmente era verdade. A foto de Rita Hayworth, foi pintada a partir de uma outra originalmente publicada na revista Esquire (veja na imagem ao lado).
Conforme o Conelrad frisa: “Não foi apenas o Atol de Bikini,
que foi amaldiçoado com a precipitação persistente da bomba Gilda após um de
Julho de 1946. Rita Hayworth teve que viver com a lenda gerada pela bomba para
o resto de sua vida. Como a radiação real, os efeitos da história da bomba
dissiparam-se ao longo dos anos, mas como o registro público reflete, ela nunca
foi embora completamente.”
Como golpe de marketing momentaneamente funcionou sem maiores esforços do estúdio. Junto ás
notícias das bombas em todos os jornais e revistas do planeta aparecia a foto e uma menção a "Deusa do
Amor".
Ainda assim, o departamento de publicidade da Columbia não abriu mão de
associar Gilda, de Charles Vidor, ao fato da bomba de forma explicita. Abaixo você confere
anúncios do filme publicados em jornais brasileiros de 1946 com menções claras a
Gilda, a bomba.
Com o cogumelo atômico ao fundo: “Após ter merecido a
suprema consagração do EXÉRCITO dos Estados Unidos, "Gilda" está
agora arrebatando as plateias paulistanas!”
No da terceira semana a imagem do cogumelo atômico ocupou metade
do anúncio, com muito mais destaque do que o rosto da atriz. Essas peças publicitárias com a bomba
são extremamente raras em qualquer outro país, inclusive nos EUA.
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