Em uma entrevista na década de 80, já considerada um mito, Bette
Davis relembrou dos papeis que teve no seu auge como mocinha da Warner: "Lixo!
Lixo e lixo!". Sua fama de terrível
começou aí, na década de 30.
Parece claro que essa “fama” não é muito justa, visto que a
maioria dos problemas era porque ela só queria atuar em bons filmes. Mais do
que uma estrela, foi uma operária da arte. Um filme com Bette Davis sempre vale
a pena!
A própria se divertia ao se definir como um “lendário terror”.
Na ocasião de seu obituário (em 1989) o New York Times relembrou suas palavras:
"Eu era insuportavelmente rude e mal-educada no cultivo da minha carreira.
Não tinha tempo para brincadeiras. Disse o que estava na minha mente e nem
sempre era o que interessava. Eu tenho sido intransigente, apimentada,
intratável, monomaníaco, sem tato, volátil e muitas vezes desagradável. Acho
que sou maior que a vida".
10 vezes indicada ao Oscar (sempre por atriz principal), Bette
Davis estrelou cerca de uma centena de filmes e apareceu em outros tantos entre
1931 a 1989. Alguns papeis ela perdeu, outros simplesmente não quis!
O jornal News Max listou cinco desses papeis que deixaram de
tê-la no elenco e que foram um tremendo sucesso para a s atrizes que lhe
substituíram.
1 – Uma Aventura na África (The African Queen, 1951 de John
Huston)
O projeto original da Warner em 1938 era colocar David Niven e Bette no berço
da civilização. Só que o filme empacou até 1949 quando a atriz estava grávida.
O papel acabou dando uma indicação ao prêmio da Academia a Katharine Hepburn.
2- Anna E O Rei do Sião (Anna and the King of Siam, 1946 de John
Cromwell)
A atriz ficou empolgada em aparecer nesta primeira adaptação de “Anna e o Rei”
segundo seu biógrafo Ed Sikov. Já o estúdio dela, a Warner, não ficou nem um
pouco e recusou emprestá-la para a Fox. Sorte para a atriz Irene Dunne.
3 – A Cruz da Minha Vida (Come Back, Little Sheba, 1952 de Daniel
Mann)
Bette Davis recusou o papel neste melodrama sobre alcoolismo e considerava este
o maior erro de sua carreira. Em 1952 ela havia feito Lágrimas Amargas (The
Star, 1952 de Stuart Heisler) onde interpretou maravilhosamente uma estrela de
Hollywood decadente (dizem que era inspirada na Joan Crawford), foi indicada ao
Oscar e perdeu para Shirley Booth por A Cruz da Minha Vida. Booth ainda levaria
o Golden Globe naquele ano.
4 - Porque o Diabo Quis (God's Country and the Woman , 1937
de William Keighley)
Célebre estopim da homérica briga que Bette Davis teve com a Warner. Seria este
um dos “Lixo! Lixo e lixo!” que lhe ofereciam? Recusou-se a aparecer para trabalhar
e foi suspensa o que gerou uma batalha legal entre ela e o estúdio. Coube a Beverly
Roberts estrelar o primeiro longa da Warner
em Technicolor.
5 - ... E O Vento Levou (Gone with the Wind, 1939 de Victor
Fleming e outros)
A decepção mais amarga foi perder o papel de Scarlett O'Hara para Vivian Leigh,
conforme revela seu biografo. Pro resto
da vida ela se irritava ouvindo até uma simples menção ao filme.
Veja também:
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Com a Maldade na Alma: O filme que não foi
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