E Hannie Caulder (1971 de Burt Kennedy) é basicamente sobre
isso. O que não é pouca coisa, já que filmes sobre revanche protagonizados por
mulheres dificilmente não são legais.
Um western
spaggetti britânico seria um western Fish and Chips? Ingleses não
possuem o escracho pop dos italianos, mas há beleza plástica demais na tela
para que se note falta de alguma coisa.
Tem muita coisa em comum entre Hannie Caulder e os Kill Bill
(2003/2004 de Quentin Tarantino) além da espinha dorsal da trama se basear numa
garota com sede de vingança e alguns planos no deserto. Hannie tem um
treinamento de tiro ostensivo digno de Pai Mei!
Christopher Lee (o onipresente) é o recluso mestre que
forjará uma arma exclusiva para a heroína. Tal e qual Hattori Ranzo (Sonny
Chiba) presenteou Kiddo, referência assumida por Tarantino.
Do elenco merecem menção Ernest Borgnine como chefe dos bandidos e Diana Dors, já distante do tempo em que era considerada a "resposta britânica ao fenômeno Marilyn Monroe". Papel pequeno, chamada apenas por "Madame".
Do elenco merecem menção Ernest Borgnine como chefe dos bandidos e Diana Dors, já distante do tempo em que era considerada a "resposta britânica ao fenômeno Marilyn Monroe". Papel pequeno, chamada apenas por "Madame".
Uma das coisas desnecessárias é o humor patetalhado do trio
de vilões. Não chega a atrapalhar, mas também não ajuda em nada a narrativa que
devia ter se centrado mais na força da protagonista.
Mas claramente não é uma história sobre superação feminina e
sim um filme com uma mulher muito bonita empunhando armas para macho ver. Tanto
que Hannie não escapa de algumas piadas visuais um tanto quando sexistas, mesmo
com o argumento tento partido de uma violência sexual contra a moça.
Por exemplo, ela compra calças e não há calças para tamanho feminino
naquele tempo. O vendedor recomenda que ela as molhe e com o tempo elas
encolherão até ficarem justas em seu corpo.
Boa desculpa para exibir as curvas de Raquel Welch, não? O velho oeste nas telas sempre foi um lugar inóspito para garotas que se aventurem fora dos saloons.
O
material publicitário também foi todo calcado na atriz apenas de calcinha e poncho, além
de no pôster ela aparecer com as pernas abertas entre seus estupradores. O que nada diz sobre o filme, muito distante de ser sexplotation.
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