Esta semana completa 55 anos da estreia de Psicose (Psycho,
1960 de Alfred Hitchcock). Tanto tempo depois o filme preserva sua aura de
horror e mistério na plateia e a professora Tania Modleski, docente da
Universidade da Carolina do Sul (USC) tenta explicar os motivos sob a ótima da
psicologia.
Modleski é autora de The Women Who Knew Too Much: Hitchcock
e Teoria Feminista (As Mulheres Que Sabiam Demais: Hitchcock e a Teoria Feminista).
Publicado pela primeira vez em 1988, o livro foi lançado recentemente em sua
terceira edição, feito pouco comum para textos acadêmicos.
A lista, publicada originalmente em inglês na página da USC,
contém oito itens. Alguns, claro, são discutíveis, mas apresentam óticas relevantes.
8. Simpatizamos profundamente com Marion
A partir do momento em que o seboso magnata do petróleo Tom Cassidy ostenta os
$ 40.000 que ele planeja para gastar em uma casa para sua filha, o espectador
acredita consciente ou inconscientemente que um idiota merece ser roubado.
Mesmo o mais ético dos espectadores compartilha do impulso de Marion de encher uma
mala com dinheiro e sair correndo.
7. Simpatizamos com Norman
Embora o romance original de Robert Bloch pinte Norman como corpulento e
careca, Alfred Hitchcock escolheu o jovem e atraente Anthony Perkins para interpretar
o zelador atormentado porque o ator não se encaixa na descrição do assassino
típico Hollywood. Adicionou uma forma suave e uma leve gagueira, e o personagem
de Norman tornou-se vulnerável, quase simpático.
6. Compartilhamos a ansiedade provocada pela culpa de Marion
Quando Marion vai embora com o dinheiro roubado, o ângulo da câmera muda para
trás e deixamos de ver Marion para ver como Marion, fazendo com que os
espectadores se sintam como se nós, também, estejamos atrás do volante de um
carro de fuga.
5. A música golpeia em cordas
Trilha do filme é feita inteiramente com cordas, que evoca a tensão,
especialmente quando os violinos se transformam em sons bruscos.
4. O assassinato é prenunciado
Críticos e estudiosos - Modleski incluída - acreditam que o aguaceiro repentino
e os movimentos arqueados dos para-brisas prefiguram a cena do crime.
3. Marion é quase um anagrama de Norman - e é um anagrama
direto de "I Norma" (Eu Norma), nome da mãe de Norman
Esta técnica literária obscurece ainda mais a demarcação entre os dois personagens
principais.
2. Marion morre quando ela vai se limpar
Marion é assassinada logo após ela decide se entregar - simbolicamente vai ao
chuveiro para limpar-se de seus pecados. Isso vai contra tudo o que Hollywood -
e Esopo - nos ensinaram sobre a redenção através da honestidade.
1. Todos temos um pouco de Norman Bates em nós
A linha de texto de Norman, "Nós todos cometemos loucura, às vezes," apaga
a linha entre vilão e vítima - inocentes e culpados - levantando a questão para
todos que o observavam: "Apenas como louco".
Psicose é tão rico que gera infinitas análises. Se você gostou deste post, provavelmente gostará dos outros já publicados aqui:
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Amo vários filmes de Hitchcock (amo Vertigo - queria morar na SF dos anos 50, amo o Homem que sabia demais e Pássaros - também queria ter dinheiro para morar em Bodega Bay), mas confesso que neste Psicose a única coisa que me atraiu foi o John Gavin sem camisa. Fiquei esperando até o fim que o personagem voltasse a aparecer mostrando o tórax beefcake.
ResponderExcluira tradução está ERRADA. é- As mulheres que sabiam demais-women é plural de woman
ResponderExcluirVoltando aqui pra matar a saudade do teu blog, Miguel! Aproveitar e sair cheio de historias sobre a sétima arte! Adoro essas análises psicológicas de filmes e personagens, por mais questionáveis que possam parecer.
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