Faz 20 anos que aconteceu O Casamento de Muriel (Muriel's
Wedding, 1994 de P.J. Hogan). Qual a importância que isso tem para o mundo?
Provavelmente nenhuma...
Até porque o filme é bonitinho, adorável até, mas não inovou
em nada. Não há, evidente, problema algum na competência em entreter e,
portanto, ter marcado uma fase da vida de tanta gente que estava lá na primeira
metade dos anos 90.
Conforme essa década vai se distanciando mais e mais vamos
observando peculiaridades que na época não percebíamos tanto. No cinema a Austrália,
levando em conta sucessos como o da sofrida Muriel, parecia que se empunharia
com toda sua docilidade kitsch.
Na mesma época tivemos Priscilla, A Rainha do Deserto (The
Adventures of Priscilla, Queen of the Desert, 1994 de Stephan Elliott) esfregando
na cara do maistream que o fenômeno drag era uma realidade. Assim como a
persistência dos suecos Abba em angariar fãs.
A algazarra colorida australiana não demoraria muito nas
telas. Logo Hollywood absorveria seus astros e técnicos, além de se transportar
para aquele continente afim de contenção de gastos, o que, de certa forma minou
as produções exclusivamente locais.
Fomos de extrema reverencia ao século XX que estava por
acabar. Não ríamos com suspeita superioridade das modas e produtos culturais passados e consagramos os
ícones com rótulos como “Cult”, ou no mínimo “trash” (essa última expressão já devia ter sido esquecida, sublinho).
Quem tinha virado gente nos anos 90 achava os 70 deliciosamente exóticos e muito distantes. Iam a clubes noturnos eufóricos por estarem de
certa forma estarem revivendo os “dias dançantes”, voltaram a usar calças
pantalonas e até havia uma sitcom na TV chamada “That ‘70s Show”.
Em 2014 estamos igualmente distantes dos 90, como os 90 estavam
para os 70. E eu estranharia muito se surgisse agora uma sitcom chamada “That ‘90s
Show”...
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