Relíquia macabra e milionária

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 Clássico inegável do cinema noir, Relíquia Macabra/O Falcão Maltês (The Maltese Falcon, 1941 de  John Huston) ganhou matizes mitológicas com o passar do tempo. De se esperar que a escultura, cuja trama gira, tenha ganhado status entre cinéfilos e ainda de colecionadores de arte.

Mesmo sendo um adereço de cena, o falcão foi desenhado e esculpido pelo escultor de Nova York Fred Sexton, amigo íntimo de longa data do diretor Huston. Sexton produziu duas estatuetas em gesso e chumbo que incluem em uma pena traseira sua inicias “FS”.

Em 1994 uma delas foi vendida a um colecionador particular por 398.500. Em novembro passado a outra delas foi posta em leilão por nada menos do que incríveis 1,5 milhões de dólares!

Dez anos atrás, o perito avaliador Richard Walter, Professor da Universidade da Califórnia (UCLA), defendeu a supervalorização do objeto. Para isso ele comparou as estatuetas com um dos quatro sapatinhos de rubi usados por Judy Garland em O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939 de Victor Fleming), vendidos por 666 mil dólares em 2001.

“Os sapatinhos precisam custar menos que os falcões porque embora importantes para o filme, são apenas um dos itens da trama“, disse o Professor completando que as estatuetas “são parte central do filme, além de darem título ao mesmo”, o que por lógica os fariam mais iconográficos.

O colecionador Hank Risan comparou a discussão em torno do valor aos diálogos do filme envolvendo o detetive Spader e Gudman. Num caso em que a vida imita a arte, as esculturas reais se tornam objetos únicos de valor discutível e tão disputados quanto na tela.

Mas não muito! O leilão foi encerrado sem que os lances tenham alcançado o milhão e meio mínimo...

Fãs de Mary Astor e Humphery Bogart, um dia quem sabe estará novamente disponível e será para o bico de vocês?

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