Mulher de jeans é uma coisa tão comum (se você não for da Congregação Cristã, of course) que é difícil imaginar quando isso já foi chamariz de bilheteria. Leia a crítica a O Rio das Almas Perdidas (River of No Return, 1954 de Otto Preminger) publica pela revista Cena Muda na época de seu lançamento:
“Dos últimos CinemaScope este é o melhor, onde Marilyn Monroe está mais atriz e senhora de sua veia dramática. Tem bons momentos e passa uma quarta parte do filme em calça... "blue jeans" e, também, canta quatro belas canções ("River of no Returns", "Down in the Meadow", "One Silver Dollar" e "I'm Gonna File My Claim"), usadas com habilidade pelo cenarista. Marilyn canta com brejeirice, sensualidade e sentimento. Ela domina de ponta a ponta, fazendo de tal maneira realce de seus dons interpretativos, que Robert Mitchum e Rory Calboun, bem como Tommy Rettig, ficam em segundo plano. Otto preminger deu ritmo, embora um pouco lento, à história de Louis Lantz. Boa partitura de Lionel Newman em contrastes com as Ken Darby. O som dá uma nota empolgante aos momentos de emoção e está bem usado. Belíssimas as paisagens. Cotação: Bom.”
1954, Marilyn famosa como nenhuma outra já foi em Hollywood. Metade do texto é sobre ela e sua brejeirice, sensualidade e sentimento!
E, como muitos outros textos da época, citam seus “dons
interpretativos”, como se eles não pudessem existir numa garota bonita. Talento dramático em cheque pelos dotes físicos, como acontece até hoje.
Por isso, espertamente ela viria a parar tudo e picar mula pra estudar no Actor Studios em Nova York. Por conta própria!
Independente da vontade da Fox, que a queria enfiar em tudo quanto era comedinha que necessitasse de uma loura burra. Inclusive reclamava em alto e bom som desse “faroeste”, assinado pelo mestre Otto Preminger.
E o crítico estava coberto de razão.Não é um filme ruim, mas é daqueles que já estariam esquecidos se não fosse pela presença de Marilyn Monroe.
Isca perfeita, inclusive de calça jeans e de penas abertas no destaque do poster! Em Cinemascope não devia haver apelo maior!
Veja também:
Onda de calor tropica. O umbigo de Marilyn
Quando estrelas sofrem. Filmando o Rio das Almas Perdidas
Os diretores favoritos de Marilyn
Antes de comentar, por favor, tenha consciência de que este espaço é disponibilizado para a sua livre opinião sobre o post que você deve ter lido antes.
Opiniões de terceiros não representam necessariamente a do proprietário do blog. Reserva-se o direito de excluir comentários ofensivos, preconceituosos, caluniosos ou publicitários.