Apenas imagine: O futuro que nunca foi

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A primeira grande ficção científica de Hollywood não poderia deixar de ter seu material publicitário lembrando Metropolis (1927 de Fritz Lang). Mas a similaridade para por aí.

Just Imagine (1930 de David Butler) é um grande cupcake, um calmante açucarado. Daqueles que o cinema comercial americano soube produzir tão bem durante a Grade Depressão.

Do tempo em que a 20th Century Fox era apenas Fox. O filme não teria fracassado, mas foi dispendioso, motivo pelo qual, talvez, os estúdios só investiriam com força novamente no gênero sci-fi na década de 50.

Sabe-se que musicais e comédias foram muito úteis para elevar a autoestima do povo americano num de seus períodos mais negros, mas foram os filmes de terror a partir de Drácula (1931 de Tod Browning) que marcaram o período. O cinema foi uma das raras indústrias a não entrar em colapso, muito pelo contrário.

A produção (disponível na íntegra no You Tube) começa em 1880, lembrando que 50 anos antes, aqueles anos 30 (com carros, luz elétrica e telefone) eram inimagináveis. Daí a narrativa salta 50 anos à frente, em 1980!

Bem, agora eles saltaram 33 anos atrás da gente, assistindo daqui, em 2013! É das imaginações futurísticas mais furadas de todo o sempre, involuntariamente cômico, embora já seja originalmente uma comédia.

Just Imagine não vai muito além da graça em como retrataram o começo dos anos 80 em Art déco. Longo e cheio de canções que mais parecem ostentação do uso do áudio, envelheceu bastante, sobrando quase nada de qualquer conceito um pouco mais além do entretenimento fácil.

Para terminar, curioso saber que quando 1980 chegou na realidade, de todo o elenco apenas a mocinha Maureen O'Sullivan e a vilã Joyzelle Joyner ainda estavam vivas. A primeira (mãe da também atriz Mia Farrow) morreu em 1998 e a segunda, uma semana após o filme completar 50 anos.

[Ouvindo: Cama e Mesa – Roberto Carlos]

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