O diretor era famoso por seus estapafúrdios recursos promocionais. Uma vez seu público teve que assinar documento isentando o cinema no caso de ataque cardíaco ou alguns foram brindados com choques elétricos em suas poltronas (O Percepto), utilizado em exibições de Força Diabólica (The Tingler, 1959), etc.
Em A Casa dos Maus Espíritos, o que ele anunciou como sendo Emergo consistia num esqueleto de plástico que saía de trás da tela num momento específico da projeção. A intenção era dar um efeito de 3D sem precisar de óculos.
Consta que, embora citado até no trailer, o efeito parou de ser utilizado pelos donos das salas. A molecada ouvia falar no tal esqueleto e ia assistir ao filme armado de estilingue entre outras coisas para atingi-lo.
Por tanto, realmente poucos viram o Emergo em ação, embora tenha se tornado lendário.
O filme foi um sucesso tão grande que ficou anos em cartaz inclusive no Brasil, onde foi exibido (segundo arquivos de jornais) de 59 a 1962, mesmo com uma cotação baixíssima da crítica.
Hitchcock teria se inspirado no seu lucro espantoso, embora de orçamento baixíssimo, para dirigir Psicose (Psycho, 1960). A ironia é que nota-se uma vontade enorme de ser Hitchcock em boa parte da filmografia de William Castle.
Hoje em domínio público, existem várias edições em DVD de A Casa dos Maus Espíritos a preço de amendoim torradinho. Inclusive uma versão colorizada digitalmente.
A primeira imagem é um oferecimento Vincent Price Fanpage, a terceira, Third Annual House on Haunted Hill with EMERGO! and SPOOK SHOW
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