A trama é sobre um cirurgião plástico ambicioso e de métodos duvidosos que, ao errar numa paciente, foge da Inglaterra (o filme é britânico!) rumo à França. Adquire por vias tortas um circo que ele julga ser o disfarce ideal para viajar pela Europa desenvolvendo suas técnicas.
Arruma a cara de todo mundo sem esquecer de fotografar o antes. Caso o sujeito resolva fugir ou denunciá-lo à polícia ele tem como chantagear.
Com o passar do tempo seus planos mudam. Ele tem um exercito de beldades com rostos impecáveis que ao se fartarem da vida mambembe podem sofrer “acidentes” de trabalho em pleno picadeiro.
É quase a história de um assassino em série debaixo da lona de circo. Assombrosamente ousado em termos de violência e de adorável brilho kitsh na encenação.
Assisti outro dia graças á indicação do Refer por e-mail e já é um dos meus favoritos. O Refer presta atenção ao cinema por causa da música e eu à música por causa do cinema...
Circo dos Horrores emplacou um hit nas paradas musicais do mundo todo: Look for a star na voz Gary Mills. Incontáveis regravações foram feitas, inclusive por Gary Miles, cujo nome parecido gerou certa confusão sobre qual era a que se ouvia no filme!
A música toca o tempo todo nas sequencias da trapezista, ex-prostituta. Ouça no player abaixo ou clicando aqui.
No Brasil entre os que gravaram está Roberto Carlos que a adaptou em 1961 para “Olhando estrelas”. A música pertence a seu disco de estreia Louco por Você, aquele que RC nunca mais permitiu que fosse reeditado.
Ronnie Cord (aquele que virava na Rua Augusta a 120/h) e Tony Campello regravaram na mesma época mas mantendo a letra em inglês (confira cada qual clicando em seus nomes). E a música virou um hino de casaizinhos apaixonados e não veio de nenhuma comédia romântica açucarada.
Muito pelo contrário! O crítico David Pirie disse que Circo dos Horrores completa a “trilogia sádica” da produtora Anglo-Amalgamated.
Bastante distintos dos êxitos góticos da Hammer no mesmo período, estes tinham foco em sadismo, crueldade e violência (com conotações sexuais). Horrors of the Black Museum (1959 de Arthur Crabtree) e A Tortura do medo (Peeping Tom, 1960 de Michael Powell).
A gravação que mais tocou no rádio em SPaulo foi a da orquestra de Billy Vaughan. Há "mil" versões do imbroglio Garry Mills/ Garry Miles no YouTube e alhures. Ninguém bateu na tecla certa.
ResponderExcluirSeguinte: o filme era da inglesa Rank Organization, em co-produção com a MGM, americana. A MGM pegou o tema 'Look For A Star' que Tony Hatch (de 'Downtown', 'Call Me'; na época usava o nome 'Mark Anthony') escreveu para o filme e passou para Buzz Cason, que produziu uma gravação dele para o selo Liberty.
Na sequência, a Rank rejeitou a gravação porque ela não poderia ser editada na Inglaterra no braço fonográfico da empresa, a Top Rank, porque não existia acordo contratual entre as 2 gravadoras (Top Rank e Liberty; a Liberty era editada pela EMI, na Inglaterra.)
Então, a Top Rank correu produzir sua 'Look For A Star', com Garry Mills, para ser usada no filme e editada em disco. Nos EUA, a Liberty e Buzz Cason acharam que deviam "compensar" a frustração e o prejuízo e lançaram o single com o 'nom du disk' Garry Miles, aproveitando a publicidade feita para o filme, inclusive. Deu certo, fez mais sucesso que a versão de Garry Mills, que está na trilha do filme.
Refer, e pelo que vi, os dois lançaram compacto com imagens do filme na capa.
ResponderExcluirPessoalmente acho a do Garry Miles um pouco mais rápida.
Garry Miles / Buzz Cason ainda está na área. Fez parte dos Crickets pós Buddy Holly, compôs hits, produziu bastante, se deu bem. Já o inglês, Garry Mills, desapareceu
ResponderExcluirRefer, mas está sendo lembrado aqui, tanto tempo depois, só por este hit.
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