Não deixa de ser interessante vê-lo já fazendo papel de pai sofrido, fazendo a barba direitinho, com responsabilidades adultas. Além de ser bacana o ator, diante de centenas de propostas norte-americanas que deve ter recebido, escolher como pós a série milionária, uma produção moderna da Hammer, estúdio tão tradicional e britânico quanto o chá das cinco.
Embora as tentativas de volta anteriores receberam muitas críticas negativas, a história de fantasmas, sobre um corretor que vai até um vilarejo para tratar de um antigo casarão não poderia ser a melhor escolha da nova administração da Hammer. É como se voltássemos a um lugar querido, que julgávamos perdido no tempo.
Impossível não abrir um sorriso quando o protagonista chega ao local, debaixo de chuva, e vai tentar conseguir abrigo numa pousada/taverna. Espera-se que seja recebido com hostilidade por um povo muito mal encarado e não somos frustrados.
Muros de pedra seculares numa cidadela erma, carruagens, cidadãos supersticiosos enfurecidos, casarão abandonado coberto por eras ressecadas. Meu Deus! O melhor filme em atmosfera em anos!
Baseado no romance gótico de Susan Hill, o roteiro explicita demais o que era apenas dito. Explicita e desdobra, de olho nas plateias modernas.
Assisti também ao telefilme produzido pela TV britânica em 1989
aparentemente mais fiel ao texto original. O recente apenas doura a pílula, embora omita que o protagonista foi mandado até o casarão pelo chefe consciente do que poderia acontecer.
Em muitos pontos lembra a onda de terror asiático que tivemos no começo da década passada do que a clássicos do estúdio. Há uma maldição contagiosa a ser desvendada, crianças fantasmagóricas e sustos forçados com efeitos sonoros tirando pouco do terror psicológico.
Mas também há elementos tradicionais como atrizes fantasmas se locomovendo por trilhos em direção a câmera, corvos que cismam em conquistar espaço, brinquedos de corda com vida própria. Há pra todos!
Conta muitos pontos positivos a solução da história não se apoiar em reviravoltas finais. Muita gente está mal acostumada com isso desde O Sexto Sentido (The Sixth Sense, 1999 de M. Night Shyamalan) e Os Outros (The Others, 2001 de Alejandro Amenábar ), que geraram tantos outros com vivos que eram mortos ou mortos que eram vivos.
[Ouvindo: Erotico Mistico [From Maddalena] – Ennio Morricone]
acho ele lindo, sexy... amo. só vi uns dois harry p. e não tenho saco pra esse filme. be que podiam fazer um filme da peça que ele fica pelado!
ResponderExcluirMoyses, só vi o primeiro e me bastou!
ResponderExcluirAh, assista esse! Bem divertidão!
Também gostei bastante do filme. Talvez pela atmosfera gótica, que não vi em nada recente, talvez pela simples história de casa mal assombrado. A ideia de ficar ilhado em um casarão sem luz e rodeado por um cemitério me assusta mais do que qualquer historinha genérica que as novas franquias queiram contar. Ah, falando em franquia, A Mulher de Preto vai ganhar sequência...
ResponderExcluirRubens, revi ontem e também achei suave de ser assistido, rapidão, indolor.
ResponderExcluirQue pena que vai virar sequencia, com tantos ouros bons argumentos a serem filmados.