Na página ao lado mostrava 12 nomes, os que mais entendiam de música no eixo Rio-São Paulo segundo ela. Cada jornalista ou radialista dava 10 músicas tops e a revista fazia assim sua bolsa.
Selecionei uma faixa de cada disco, que você pode ouvir abaixo, junto com cada capa. Só pra ter um gostinho do que devia ser o rádio daquela época.
Mosca na Sopa - Raul Seixas de Krig-ha, Bandolo! | |
Volta, Desafinado - Gal Costa de Índia | |
Galope - Luiz Gonzaga de Luiz Gonzaga Jr. | |
Os Escravos de Jó - Milton Nascimento de O Milagre dos Peixes | |
Charles Jr. - Maria Alcina do disco homônimo | |
Marinheiro Só - Clementina de Jesus | |
Hocus Pocus - Focus de Focus 3 | |
Life Is What You Make It, Pt2 - Buddy Miles de The Budy Miles Band |
Creio que até pelo patriotismo forçado da ditadura militar, recente vitória na Copa do Mundo, etc. O estilo terreiro da senhora Clementina de Jesus ecoa em quase todas as outras.
[Ouvindo: Theme for Young Lovers – Percy Faith & his Orchestra]
Esse "Milagre dos Peixes" aí é simplesmente maravilhoso!Milton Nascimento e Som Imaginário!o disco é todo instrumental e só tem vocalizações, pois as músicas foram quase todas censuradas.
ResponderExcluire como raulseixista, acho q nem precisa falar do Raul, né?
Mahal, penso na grana que o povo tinha que ter. Já me aconteceu de simplesmente não ter o que comprar.
ResponderExcluirÍndia na voz da Gal é definitiva.(e ainda mais com o Duprat nos arranjos)
ResponderExcluirps: tooodo, meeeeeu paraguaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai haahhaha
Permita-me discordar de um trecho seu, Miguel. Esse tipo de brasilidade não era forçada pela ditadura. Era justo o contrário. Ela existia em resistência ao regime. Música ideal do regim era algo mais jeca, mais simples.
ResponderExcluirSe você me permite uma análise bem pessoal, pelo que lembro, a turma da resistência abarcava a nata da MPB: Milton, Gal, Caetano, Gil, os nordestinos que começavam: Alceu, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e outros, e a turma de Minas, maravilhosíssima.
A música alienada da época era aquela coisa de Odair José & similares. E RC, no auge da fase romantismo maduro (mas pré-cama). Foi de 74 em diante que começou a ficar chato pra cacete.
Hocus Pocus e Raul (alguém me corrija se eu estiver errada) iam mais para um lado alternativo, sem muito comprometimento com aquele aqui e agora nacional.
Maria Alcina, não lembro de comprometimento político. Foi um produto tardio da Tropicália, a meu ver. Impactou, mas o povo não entendeu muito. Durou pouco. Mas tinha qualidade, sim.
Diogo, é memomrável mesmo!
ResponderExcluirLetícia, sim, sim! Estava me referindo ao espírito "Ame o Brasil", "Brasil é o melhor país" e coisas cujos resquícios sobrevivem até hoje, mas que pairavam forte na época. Indiretamente, com toda força do momento histórico político pró ou contra.
Não vamos esquecer que estes discos foram escolhidos por pessoas descoladas, publicado numa revista descolada para um público jovem. Público este que muito provável tinha ali uma das poucas fontes de informações sobre o que era "in".
posso falar que amo Odair Jose,parecia que fazia musica alienada mas falava de preconceito de classes,drogas,liberdade sexual..era ate mais explicito e cru que RC,mas obvio esse nao era pro publico da revista Pop e RC em 73 fez uma das musicas que eu mais amo...Proposta..esse comeco dos 70 no Brasil era muito voto de pobreza,ser rico realmente era out pacas
ResponderExcluirDavi, ama agora, em 2011. Queria ver na época. rs
ResponderExcluirnao era vivo,mas Odair e Roberto desde os anos 90
ResponderExcluirDavi, mas aí é fácil. Como algo do passado.
ResponderExcluirRoberto Carlos tenho muito menos, ou nenhuma simpatia. Já devia ter sido destronado faz tempo.
GENTE,mas oque vc quer que eu faça? EU NAO TINHA NASCIDO EM 73!!!ate o começo dos anos 80 eu era uma criança,ate que pra um adolescente começar a gostar de Odair e RC é bem precoce...sofri até bulling por isso.Se eu tivesse em 73 provavelmente desses discos ai em cima certeza teria só do Seixas e da Gal.Maria Alcina pode ser,não sei se a piada durou tanto...agora os outros...só se viesse junto um colchonete,pq aguentar barroco mineiro em pleno 73 pra mim seria dose
ResponderExcluirDavi, mas duvideodó que você gostasse de Odair e RC em 73. é esse o ponto.
ResponderExcluirGostar depois, até como forma de destaque é uma coisa, na época é outra. Dessa lista aí torço o nariz pro Raul hoje.
Até pela banalização das músicas dele no agora.
Clementina foi invenção de Hermínio Bello de Carvalho, uma grande sacada: uma lavadeira que era um arquivo vivo de cantorias, cantigas, folclore que se não fosse gravado morreria com ela. Não acho que deu pro Hermínio gravar tudo, mas valeu o esforço. O Focus era o ponto forte do rock de então, progressivo, com destaque do guitarrista Jan Akkerman e o flautista Thjis Van Leer (nome holandês é foda, não sei se escrevi certo); Maria Alcina apareceu na hora errada — ficou parecendo apenas mais uma desbundada na era do desbunde — tivesse aparecido uns 5 anos antes ou depois, Maria Alcina seria um produto de exportação exótico, uma nova Carmen Miranda; na sequência, a mulher fez tudo errado, enveredou pelo popularesco e passou a gravar pornofonia; mas que burrice, MA!; Milagre dos Peixes tem o único defeito de ser duplo — ora, se eu nunca ouvi o álbum branco dos Beatles por ser grande demais por que iria ouvir de ponta a ponta o disco de Milton Nascimento? Outra cousa, o disco foi editado em sistema quadrafônico, que exigia que o ouvinte tivesse uma sala de som para poder apreciá-lo inteiramente, isto é, era adequado para 0,001% do público consumidor brasileiro. Gonzaguinha era um saco, um mala sem alça, foi tarde esse FDP. Com Raul, os fãs é eram malas já naquela época. Buddy Miles é/era um tremendo enganador, fez parte da banda black que quase arruinou a carreira de Jimi Hendrix, os discos de BM ou com a participação dele costumavam ser medonhos. Na minha lista dos maiores picaretas do pop, o BM está entre os “10 mais”.
ResponderExcluirRefer, discos duplos ainda tinham o agravante de serem mais do que o dobro de caros.
ResponderExcluirAlguns eram picaretagem pura das gravadoras. Cada lado era curto o bastante para as 4 partes caberem num disco normal.
eu dou valor pro Odair José por causa do "O Filho De José e Maria", o disco é bem polêmico pra época, o Odair foi até excomungado por causa dele.
ResponderExcluirouvi uma vez e talz. queria ter tido mais paciência na época pro "terror das empregadas".
mahal, já namorei uma figurinha que ouvia coletânea dele. Eu viajava pq as músicas são sempre cheias de historinhas.
ResponderExcluirRefer, tem toda razão em tudo (o que conheço), mas a ênfase vai para a chatice eterna do Gonzaguinha. Quer coisa mais constrangedora que epifania final com aquela musiqueta da vida que é bonita? Que saco, que SA-CO!!! Como somos cafonas, meu Deus!
ResponderExcluirDisse bem: foi tarde. Durasse mais um pouco, estaria no caminho certo de Cazuza e Renato Russo: gravando melosidades com Bethânia.
E, sim, Raul já se impôs nessa fase com um eleitorado chatíssimo!
ResponderExcluirVerif. de palavras: demicu.
Letícia, rindo coma verificação de palavras! hahaha!!!
ResponderExcluirSabe que estranhei o Gonzaguinha nessa lista? pra mim, pós 80, ele era um cantor romântico.
Conseguia alguns clips no fantástico e só.