Ele é quase, quase, quase bom... Como toda produção da Hammer (até na decadência) é riquíssima em charme, suspense e classe, mas por outro lado fica a desejar na conclusão, no desenrolar da trama.
É irrelevante o erro da Górgona, o monstro de cabelo com cobras que petrifica quem olhar nos seus olhos, se chamar Megera. Na mitologia grega, Megera é uma das três Erínias (Tisífone e Alecto).
As Górgonas também são três irmãs: Medusa, Esteno e Euríale. Mas num filme de fantasia teoricamente, esse deslize ta valendo.
Para não atrair a fúria do ser, preferem arranjar culpados entre os que são estranhos à sua vida recatada. A começar pelo bon vivant que passa apenas férias ali e era o namorado da vítima grávida.
Mesmo aparecendo enforcado, o juiz local o considera culpado pela petrificação, por mais absurdo que isso pareça, principalmente pela suspeita dele ser um libertino. Contra todos, seu rico pai promete não abandonar o local enquanto não desvendar a trama e limpar o nome do filho.
Christopher Lee, sempre apto a opinar sobre seus trabalhos, teria dito que o grande falha de A Górgona é... A Górgona! O aspecto da criatura é deveras fake, mas com poucas cenas, isso atrapalha muito pouco.
Até ela aparecer já estamos emergidos no clima gótico tão prazeroso e comum à Hammer Films. Falando nisso, apenas um comentário pessoal quanto à produtora britânica, quanto mais filmes se assiste dela, há uma graça extra.
Dá pra identificar a repetição de cenários com leves mudanças, elenco similar, etc., entre as produções. Por exemplo, os atores Barbara Shelley e Christopher Lee são os mesmos de Drácula, Príncipe das Trevas (Dracula: Prince of Darkness) rodado em 1966.
Isso não os desmerece de forma alguma. Manter a mesma equipe era o segredinho da Hammer para baratear e manter sua qualidade ímpar em um estúdio dedicado principalmente ao gênero horror.
Outra coisa comum a todos os seus roteiros, destacando os dirigidos por Terence Fisher, era o olhar extremamente crítico perante os defensores da moralidade vigente. Os que precisavam expor ferozmente seu “bom mocismo” eram mais insanos e desprovidos de qualquer razão/noção coletiva do que os monstros.
Das criaturas das trevas a gente pelo menos sabe o que esperar. Hoje, esse raciocínio é defendido nas películas de Tim Burton, principal nome a perpetuar o legado Hammer.
[Ouvindo: Estranha Loucura - Alcione]
Lendo o teu texto sobre o filme, só mesmo Tim Burton para assinar um remake disto!
ResponderExcluirNão conhecia este título e fiquei curioso. E se em vez do remake, alguém arranjar forma de o ver? :)
Abraço!
Sam, BOA IDÉIA!!! Pq pra funcionar teria que todo gótico como o original é.
ResponderExcluirAbraço
Sim, sem dúvida.
ResponderExcluirE ainda acerca de gótico, Tim Burton está agora à volta disso, com uma adaptação de DARK SHADOWS (http://en.wikipedia.org/wiki/Dark_Shadows_(film)#Upcoming_film).
Conheces a série? Ou melhor, "seriado"? :)
Esse eu assisti numa madrugada na globo!! Eu deixava meu videocassete gravando durante as madrugadas da globo, antigamente.
ResponderExcluirSam, WOW! Não conhecia!
ResponderExcluirCheque seu e-mail do GMAIL.
Rubens, sinto muita falta dessa época. De poder gravar a programação da TV...
estranho como os DVDs que gravam não barateiam nunca!
REMAKE,PRA MIM SO DA NOVELA GABRIELA,ANTES QUE A CAMILA PITANGA FIQUE MUITO VELHA...MAS DIZEM QUE A FAMILIA AMADO QUER UMA FORTUNA,POR ISSO NAO FAZEM
ResponderExcluirDavi, a Pitanga já não tá muito velha pra ser Gabriela?
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