Nem a transição do cinema mudo para o sonoro (1927), responsável pelo declino de tantos astros, o atrapalhou. Em 1930 estava no topo dos nomes masculinos mais rentáveis nas bilheterias, o feminino era Joan Crawford.
Em sua vida pessoal, o fato mais marcante provavelmente aconteceu em 1926, quando conheceu Jimmie Shield. Os dois rapazes apaixonaram-se e passaram a morar juntos.
Haines usou sua influência na MGM para conseguir alguns trabalhos como figurante para o parceiro. Logo ele desistiu, embora continuasse sendo figura constante nos sets, muitas vezes indo levar o almoço para o ator.
Para desespero de Louis B. Mayer, chefão do estúdio cujo lema era: só o céu tem um número maior de estrelas que seus contratados! Se até hoje, em pleno 2010, a sexualidade de um galã causa falatório, imagina naquele tempo?
Até que em 1933, William Haines foi preso em companhia de um marinheiro numa YMCA! Foi a gota d’água para o estúdio dar o ultimato: Ou ele casava com uma garota, tal e qual tantos outros fizeram, abandonando Jimmie Shield ou estaria fora.
Escolheu a segunda opção! Assim, abandonou para sempre a carreira de ator, não seu namorado.
Firme em sua decisão, não aceitou nem o convite da amiga Gloria Swanson para aparecer em Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevar, 1950 de Billy Wilder). Entraria na célebre cena em que Norma Desmond joga baralho com antigos colegas da fase muda do cinema.
Em compensação, abraçou a profissão de decorador de interiores. Conseguiu ser muito bem sucedido na nova empreitada, trabalhando nas luxuosas residências dos amigos que fez no cinema.
A escolha pelo romance estava certa, já que os dois permaneceram juntos por 50 anos. Para a amiga íntima Joan Crawford, eles formavam “O casal mais feliz de Hollywood”.
Unidos até a morte os separar. Três meses após William Haines falecer (em 1973, de câncer), Jimmie Shield vestiu o pijama do parceiro, ingeriu um vidro de barbitúricos e se arrastou até a cama que compartilharam por 5 décadas.
Estão sepultados lado a lado no cemitério Woodlawn, em Santa Mônica - Califórnia.
Veja também:
Galãs acima de qualquer suspeita
O lar feliz de Cary Grant e Randolph Scott
Homens serão sempre homens
Gostei bastante do post. Me deu vontade de assistir O Celuloide Secreto de novo!
ResponderExcluirRao! devem ter falado nele. Queria rever também.
ResponderExcluirAgora que a gente conhece é mais fácil ir ligando as coisas.
Esse sim é um homem de princípios.
ResponderExcluirGlauco, de princípios como poucos! Foi até o fim, mandando tudo à merda...
ResponderExcluirTambém eu quereria uma vida assim...
ResponderExcluirCharles, quem não quer? rs
ResponderExcluirPost "vale um longo suspiro"do domingo de frio.
ResponderExcluirRafael, domingão que foi ciiiinza... rs
ResponderExcluirAi, fiquei tocada... Que história bonita!
ResponderExcluirLetícia, pois! Descobri acidentalmente e também fiquei...
ResponderExcluirestou com lágrimas nos olhos, essa historia é muito linda. E legal q os amigos o tenham apoiado possibilitando q seu talento para as artes continuasse de outra forma. E q grande decorador q ele foi!
ResponderExcluirÚnica conclusão que tiro dessa história é que se um filho meu disser que quer fazer curso de 'decoração de interiores', encho-lhe de porrada e estamos conversados.
ResponderExcluirCarolina, os amigos apoiaram MESMO! Até quando o casal foi tirado de casa pela Ku Klux Klan depois que os vizinhos os denunciaram.
ResponderExcluirRefer, engraçadinho! haha
quem não te conhece vai achar que você está falando sério!
Claro que falo sério.
ResponderExcluirE se disser que vai frequentar a Associação Cristã de Moços (YMCA), então, além de dar-lhe porrada, deserdo-o.
Refer, frequentar a Associação Cristã de Moços é de praxe! Seja aqui ou na Cochinchina...
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