E a gente leva uma vida pra entender o nome de um produto. Aliás, não de um produto qualquer, mas de um sabonete!
Não sei se ainda existe Vale Quanto Pesa, mas sou do tempo em que ele existia, nas boas casas do ramo, como se dizia. Mas não tinha mais este slogan.
Jamais compraria um sabonete que demorasse décadas para acabar. Coisa mais chata sabonete que não acaba nunca, ficando ressecado...
[Ouvindo: Un Beso En La Boca - Monna Bell]
Quero declarar aqui que não vou falar o que vocês dois (Miguel e Refer) pensavam que eu ia falar.
ResponderExcluirLetícia, eu esperei vc discorrer sobre o tema. JURO! Quase escrevi isso no post!
ResponderExcluirNa guerra dos sabonetes, o Vale Quanto Pesa foi destruído por uma campanha boca a boca do mais baixo nível, a cara do racismo 'à brasileira' que rolava nos anos 50 e 60 - dizia-se aos cochichos que era 'sabonete de preto'.
ResponderExcluirVai Leticia, levantei a bola pra vc cortar.
Refer, nossa! Essa é novidade pra mim.
ResponderExcluirNão, não, não era sabonete de preto. TODO MUNDO usava. Não vou dizer que conheço alguém...
ResponderExcluirLetícia, mas não era um dos únicos nos 40? Lembro que vc já disse algo sobre ele.
ResponderExcluirSim, sim... E, segundo fontes FIDEDIGNÍSSIMAS, era cheirosíssimo, coisa fina mesmo.
ResponderExcluirArtigos de higiene eram caros nessa época, como quase tudo industrializado, pois foi com Getúlio Vargas o inicio do crescimento da indústria no Brasil.
ResponderExcluirPara os pobres, sabonete era artigo de luxo. Minha avó tomava banho com sabão feito em casa, de soda, nessa época, e a minha tinha mais velha tinha trauma disso, vivia comprando sabonete caro no final da vida dela.
Letícia, coisa mais tradicional desse mundo!
ResponderExcluirE como sabonete vingou. Pelo menos como produto de higiene é um dos que mais tem anúncios.
Talita, coitada.... Minha vó contava que usou telha esfarelada como rouge. Imagina essas peles como deviam ser?
O Vale Quanto Pesa reinou absoluto por umas 2 décadas. Começou a tubular (gíria antiga...) quando foram surgindo cada vez mais marcas com formatos mais delicados e perfumes mais suaves. Daí veio a corrente 'sabonete de preto'.
ResponderExcluirMiguel, Leticia, Talita, até outro dia a gente era índio.
Refer, sorry, mas volta e meia lembro de vc falando isso dos 50's... Mas não creio que isso tenha mudado.
ResponderExcluirRefer, agora falando sério, acho que o boato não procede, só podia ser maldade da concorrência mesmo. Se partirmos do fato de que negros eram extremamente pobres na época, é como a Talita disse: sabonete, nem pensar! Só minha mãe mesmo, com sua juventude distraída, bancando seus luxos com a mesada do meu avô, pra consumir coisas que a grossa maioria da população nem sonhava em usar.
ResponderExcluirMesmo assim, acho que a coisa era braba no geral mesmo. As pessoas usavam Leite de Rosas como desodorante, pelo simples fato de que não havia mais nada pra colocar debaixo do braço.
E até hoje, como disse Miguel, os costumes perduram: Leite de Rosas, álcool, Pó Antisséptico Granado...
Eu acho que seria extremamente infeliz se nascesse naquela época. Vai ver é por isso que tenho um monte de "produtos de toucador". Pelo trauma que não tenho.
Letícia, e eu não? Odiaria ter nascido em qualquer outra época que não fosse esta aqui.
ResponderExcluirClaro que era maldade, coisa arquitetada para destruir a concorrência; o fato é que as pessoas repetiam e criaram um 'consenso', por + absurdo e preconceituoso que fosse.
ResponderExcluirNa virada dos anos 60 para 70 correu o boato que 1 operário negro caiu em um tonel de produção de Coca-Cola e o refrigerante continuou sendo produzido durante semanas, até a fábrica perceber o que havia acontecido. Mesmo nas lendas urbanas o componente racista estava lá, pra reforçar a história.
Povo cordial? me conta outra...
Refer, que ridículo! Que coisa absurda o racismo existir num país como o Brasil.
ResponderExcluirRefer, eu conhecia outra versão: com um rato.
ResponderExcluirE também um rato naquele pão Plus Vita. Pelo menos no Rio de Janeiro circulou assim.
Letícia, e quem conta estas histórias nunca é a pessoa que vivenciou...
ResponderExcluirNunca! Sempre começa com alguém desconhecido, como a Loura do Banheiro.
ResponderExcluirLetícia, pois é! O amigo do colega do primo do meu vizinho...
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