Neste ainda possui a involuntária ironia do título The Gay Bride (1934). Começo dos anos 30 a palavra gay ainda tinha majoritariamente o significado “alegre”.
Foi só em 1938, em Levada da Breca (Bringing Up Baby de Howard Hawks), que “gay” apareceu com outro sentido no cinema. Pelo menos assim está registrado historicamente.
No post “Gay pela primeira vez” tem mais informações sobre isso. Leia clicando aqui.
Agora, quanto ao casamento gay em si, aquele de hoje, entre pessoas do mesmo sexo... Por favor! Essa expressão só serve pra assustar a caretalhada.
Aliás, caretalhada que perde muito tempo cuidando da vida privada dos outros. Religiosos tinham que gastar tempo orando pelas almas dos que estão sobre seu manto ou não, e que não se metam no que não é da sua ossada.
Jamais admiti que nem minha mãe se meta na minha vida, imagina então um povo decrépito de instituições que não me identifico e muito menos faço parte? Não vou em porta de igreja nenhuma berrar se o que eles fazem é certo, justo e ético.
Enfim, falaremos da união civil entre pessoas do mesmo sexo. Minha finada avó usava expressão ótima pra quando a gente desdenhava de algo: “Não gosta? Come menos!”.
Vergonha total de que o Brasil, com fama de liberal lá fora, se agarre a medievais tabus. Nem o debate a respeito evolui para algo além do religioso, amoral, etc.
Apegam-se a tanta bobagem que terceiros fazem entre quatro paredes... Triste que nãos e vê o mesmo empenho em refutar atitudes públicas vergonhosas!
Enquanto isso, tudo ok na vizinha Argentina. A primeira união civil deve ocorrer dia 31 agora, conforme esta matéria da Veja.
Logo a Argentina, citada regularmente com desdém pelos brasileiros. Ahá!!!!
E agora, Zé Carioca? Vai continuar arrotando a favor da “família, moral e bons costumes” pra todo mundo achar que você é de Jesus e poder continuar pensando só no seu umbiguinho?
Mas veja bem, não me iludo com nada pra tão já. Quando fui fazer este post aqui sobre Rita Hayworth, descobri que a separação só foi legalizada no Brasil em 1977!
1977 minha gente! Quando a novidade já era mais velha que andar pra frente em muitos outros países.
E tudo é tão simples: Viva e deixe viver!
[Ouvindo: Falling Out Of Love – Sean Lennon]
Vamos combinar assim: brasileiro só é liberal da boca pra fora.
ResponderExcluirBrasileiro é travado, ignorante e hipócrita.
Esse fetiche sem fundamento contra argentino não se explica. Posso garantir que é coisa relativamente "nova", dos anos 60 pra cá, e só tem piorado com o tempo. Fico chocado em ver os meios de comunicação, a publicidade etc. reforçarem o preconceito.
Com a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, então, "nosso" preconceito contra eles vai sobrar!
Refer, assino embaixo de tudo!
ResponderExcluirPosso estar enganado, mas então essa birra com argentina deve ter fundamento na rivalidade com o futebol, pois após o tricampeonato brasileiro em 1970, a Argentina faturou em 1978 e 1986, e esse reforço da mídia que o Refer falou, se intensifica em ano de Copa do Mundo.
ResponderExcluirAgora, fico imaginando esses pastores ignorantes dessas seitas fundo de quintal pregando: "vamos combater esse mal que já chegou na Argentina, aqui do lado, temos que fazer alguma coisa antes que cruze a fronteira".
Glauco, é um argumento de fácil aceitação pra eles. E o zé povim transformando esses "homen$ de bem" em deputados.... :-/
ResponderExcluirDeputados, vereadores, prefeitos, governadores... a situação aqui no Rio é crítica, tivemos 8 anos de "talibã evangélico" com os Garotinhos (termo cunhado por Carlos Tufsson).
ResponderExcluirGlauco, ninguém parará eles, pq jamais investirão em educação como qualquer político deveria.
ResponderExcluirTb. estou 100% com o Refer. E o pretenso "liberacionismo" de tudo, às raias do exagero, é prova contundente disso.
ResponderExcluirSe o brasileiro trocasse seu tempo-de-sexo-falado pelo dito-cujo propriamente dito, seria mais feliz.
Somos enrustidos pra caramba, cheios de culpa religiosa e com altas reservas de perseguição ao alheio.
Letícia, problema principal... Galera se acha inteligente mas não pratica isso.
ResponderExcluirInteligência aqui é como catolicismo. Todo mundo é, mas não praticante.
Na hora de demonstrar é só com os cascos.
Inteligência (= raciocínio próprio?) não é coisa que se utilize. Na hora do vâmuvê, é a lei de Talião tapuia e os velhos chavões de sempre.
ResponderExcluirLetícia, sabe como é, né? Dá trabalho pensar... RS
ResponderExcluirMas a base de todos os males é 1 só: A educação porca dada em casa e nas escolas.
E, do alto dos meus 46, eu te digo: o cara pode se revirar em MBAs e pá e coisa, mas o profundo dele, aquele vindo de mamãe e papai, é o que prevalece.
ResponderExcluirLetícia, certa, certíssima... Só que quem já não teve, não pode dar. Esse povo está cada vez mais selvagem.
ResponderExcluirMesmo não tendo nada, o cara tem. Um padrão de violência - selvageria, como você disse.
ResponderExcluirLetícia, já reparou que se a gente pedir hoje em dia "com licença" parece que xingamos a mãe da figura? Não sabem o básico do básico!
ResponderExcluirQuando petiz, lembro dos + velhos falando da Argentina com admiração — não apenas da música e do futebol, mas da qualidade de vida na Argentina; da distribuição de renda, da erradicação do analfabetismo, da beleza de Buenos Aires, uma metrópole rica e limpa, com metrô, com livrarias em cada rua.
ResponderExcluirDou de barato que o fetiche contra a Argentina começou com o período militar. O País fechou e ficamos isolados destilando preconceito, sem saber o que acontecia nem na vizinhança. Piorou na época do 'Brasil Grande', anos 70, com os brios inflados da nossa classe média, achando que ia ao paraíso. Foi, mas logo mandaram a conta...
A admiração que tínhamos virou inveja e, na sequência, rancor. Confundimos a ironia deles com arrogância. É uma pena, podíamos aproveitar ao máximo um intercâmbio cultural, já que a proximidade física é grande. Eles aproveitam o que é possível da cultura brasileira, sabem bastante. Aqui, só conhecemos o Maradona, mesmo assim, só pra falar mal.
Refer, dá pra apostar nessa causa que você apontou sim. Misturando à simplicidade cultural com que a maioria vive agora.
ResponderExcluirTriste...
Miguel, sobre isso eu fiz uma grade analítica aqui no prédio mesmo: ninguém com menos de 30 com pinta de classe média te cumprimenta. Sequer uma mençãozinha no elevador!
ResponderExcluirEm compensação, os mais velhos mantêm a educação, e os mais humildes, ou de origem humilde, de qualquer idade, cumprimentam, conversam...
Refer, quando comecei a ler seu comentário pensei "Maradona", e batata!, você disse adiante: a única referência argentina que temos. Buenos Aires contonua lá. Nós é que embarangamos pra valer (se é que algum dia fomos melhores).
Letícia, outro dia, na fila do caixa no supermercado, quase levei uma bifa de um casal muito bem apessoado.
ResponderExcluirAssim, colocaram as compras na esteira e simplesmente abandonaram o carrinho vazio na nossa frente...
Eu pedi "com licença, poderia tirar do caminho?" Só isso! O cara urrou de raiva, começou a discutir... Imagina minha cara, sem entender o motivo da peleja.
Talvez se eu tivesse falado "Seu merda! Já usou, pense nos outros", ouviria menos stress.
E era gente de bem, cristã, muito provavelmente torcedora do país na copa... Aquele país que consiste no seu umbigo e nada mais.
Não há povo mais filho da puta, folgado e explorador com o brasileiro do que o próprio brasileiro.
Cada vez mais me sinto uma velha rabugenta. Me pego olhando, Miguel, OLHANDO com ares de censura para essas pequenas e grandes grosserias cotidianas, como se minha atitude adiantasse algo.
ResponderExcluirEstou ficando igualzinha à minha avó...
Letícia, e a gente sabe que não vale a pena. Só pra gente se aborrecer...
ResponderExcluirSim. Na maioria das vezes, até piora.
ResponderExcluirLetícia, mas é dificil não reparar.... Gente de carro achando que tem prioridade sob os pedestres.... Como assim?
ResponderExcluirAlém disso (que acho de uma pobreza sem-fim), sabe o que me incomoda? Buzina.
ResponderExcluirO cara que buzinha por qualquer coisa. A buzina como extensão de sua boca-suja. A buzinha como corolário de sua pressa pobre. Como é um impulso besta, a criatura buzina em QUALQUER lugar.
Se o carro da frente não anda por qualquer motivo, custa passar pela cabeça que ele está com problemas, e que é melhor contornar e seguir, em SILÊNCIO?
Letícia, me irrita MUITO buzina também. Buzina o rabo da mãe!
ResponderExcluirO sujeito já tem a vantagem de estar num carro, o que lhe permite fazer as coisas mais rápido, mas isso não lhe é suficiente... :(
Buzina não serve pra nada civilizado. Deviam bani-la nas montadoras.
ResponderExcluirLetícia, deve servir como calmante...
ResponderExcluirEnfim, é nessa sociedade "civilizada" que a gente espera ver os direitos civis de todos respeitados...