Deve ter sido um upa conseguir reproduzir a mão o efeito de neon no pôster de Madam Satã de 1930. E conseguiram, não conseguiram?
E esse filme (com figurinos extravagantes) de Cecil B. Demille tem certo interesse histórico aos brasileiros. Graças a ele, o célebre transformista João Francisco dos Santos ganhou o apelido de Madame Satã.
No carnaval de 1942, João teria participado do bloco de rua Caçador de Veados com fantasia inspirada na produção hollywoodiana. O apelido pegou!
Nome ironicamente contrastante para uma figura marginalizada por ser analfabeta, pobre e negra. Boêmio frequentador da Lapa (tradicional bairro carioca da malandragem 30’s), foi detido incontáveis vezes, inclusive no presídio de Ilha Grande, pra onde eram mandados meliantes de alta periculosidade.
Pertencente ao imaginário popular brasileiro do século XX, inspirou dois filmes. Milton Gonçalves foi em 1974 A Rainha Diaba sob direção de Antonio Carlos da Fontoura e Lázaro Ramos ficou conhecido ao ser Madame Satã na obra homônima de 2002.
[Ouvindo: Calling You – Linda Wesley]
Miguel, esses dias assisti um documentário sobre atores negros no cinema brasileiro e Rainha Diaba teve um certo destaque, pois o Milton e o Fontoura falaram sobre ele.
ResponderExcluirMulton por cousa não aceita o papel e teve que consultar a família pra aceitar. Seu principal incentivador foi o filho Mauricio, então com 8 anos.
Já o Fontoura quando desenvolvia o projeto do filme, teve a idéia de chamar o Plínio Marcos pra escrever o roteiro, esse por sua vez o fez inspirado em um travesti traficante de drogas da zona portuária de Santos, justamente chamado de Rainha Diaba.
ResponderExcluirPelo visto, o personagem do filme absorveu um pouco de cada figura.
A propósito, mosto MUITO dos dois filmes.
Glauco, o do Lázaro Ramos só assisti a pedaços sempre que passa na TV.
ResponderExcluir