Jovenzinhos não vão ter nem noção do que foi esperar o último capítulo da novela pra saber com quem que "aquela que era sem nunca ter sido" viveria feliz para sempre. Sinhozinho Malta ou Roque Santeiro?
Noticiaram até dizer chega que foram gravados os dois finais. Logo no próximo domingo, o Fantástico exibiu o não aproveitado.
Eis que depois de tanto tempo vem o Tornadão (que interpretava o fiel capataz Rodésio) revelar a existência de uma terceira opção que, embora gravada, não só foi desprezada como continuou em segredo. Seria o desfecho favorito do autor Dias Gomes.
Assista ao vídeo.
[Ouvindo: Johnny Guitar - Peggy Lee]
Fui adolescente na segunda metade dos anos 90: a primeira geração que nasceu com campanhas de camisinha, CD, Cd-rom e, claro, Mamonas assassinas (bleargh!). Tenho a incrível sensação de ter perdido o século XX INTEIRO!
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ResponderExcluirCharles, eu não! Fui adolescente na primeira metade dos 90, mas não creio na linha de tempo convencional.
ResponderExcluirAliás, tenho consciência de que ela existe, mas não dou bola!
Olha, fui atrás muito rapidamente. Na Wikipedia, diz que a Globo vetou "por medo da reação do público".
ResponderExcluirEntonces, continua o dilema: a versão não se revelou por censura da Globo ou, indiretamente, do próprio público?
Será que há explicação dos próprios diretores a respeito? Será que o documentarista procurou um deles?
E, se, como se dá a entender, a Globo é racista, porque lhe deu na veneta autorizar a gravação de um terceiro final?
De resto, adoooooro Tony Tornado!
Letícia, a questão principal, e que eu acho bem estranha, é na época ninguém tocar na possibilidade deste final, que estava pronto. Quanto a ir ao ar ou não, embora o final com o Rodésio fosse o logicamente melhor, desapontaria todos os telespectadores que apostavam apenas nas outras duas possibilidades.
ResponderExcluirMas não há depoimentos de ninguém da Globo sobre esta novela especificamente além do trecho que postei.
Todos os diretores que aparecem no documentário negam qualquer racismo como a Escrava Isaura ou Gabriela não serem negras. Herval Rossano diz ter sido mero acaso ter encontrado Lucelinha (off: que na flor da idade tinha o biotipo da Mayara Magri!) e Walter Avancini diz que não encontrou nenhuma atriz negra preparada para ser a brejeira cravo e canela.
É que, pelo que vi por aí, ficou a insinuação de que teriam escondido esse terceiro porque Tony Tornado é negro, como se o suposto "racismo" fosse da Globo. Se houve esse critério (embora a cena tivesse sido gravada, ou seja, havia a possibilidade de ela ser a escolhida), a motivação foi a rejeição do público, e não uma suposta torcida de nariz da emissora.
ResponderExcluirA Escrava Isaura tinha de ser branca mesmo, pois assim é textualmente no romance de Bernardo Guimarães (e como a Mayara Magri ficou chaaaata no papel de viúva, não?).
Gabriela, mulata, também respeitando o romance (daí eu acho que rolou um pancake brabo na Sonia Braga mesmo).
Mas tenho minhas dúvidas se não é precipitado, como percebi por aí, atribuir à Globo uma motivação de racismo numa decisão que dependia da aceitação do público. É isso que pensei.
Assisti esse documentário em 2006 aqui na UFSCar e vi esse depoimento do Tony. Também adorei essa versão.
ResponderExcluirRoque Santeiro é minha novela preferida. Quando passou a primeira vez eu era mto pequeno, na segunda vez acompanhei um pouco e na terceira gravava e assistia todos. Infelizmente as reprises são cortadas, mas acho q foi a única novela que assisti todos os capítulos exibidos. Guardei uns trechos em VHS do primeiro e último capítulos e de momentos marcantes, qdo o Roque volta.
Rubens
Letícia, mas esse documentário vê chifre em cabeça de cavalo! A Globo vinha de Corpo a Corpo, quando o romance inter racial da Zeze Motta com o Marcos Paulo foi muito rejeitado pelo público. Eles falam isso também.
ResponderExcluirEntão, evidente, que a Globo estava cautelosa.
Eles debatem bastante a Escrava Isaura ser tão branca, ao invés de mulata. Enfim...
Empresas como a Globo não são contra isso ou aquilo, nem a favor deste ou daquele governo. Estão do lado do que render lucro.
Rubens, me lembro bem claro de Roque santeiro. Já tinha nove anos.
É uma das minhas preferidas. Um momento ímpar da televisão brasileira.
Toca, aqui, Miguel!
ResponderExcluirNão sei se ontem eu estava fazendo mil coisas ao mesmo tempo, mas não percebi que você estava querendo dizer exatamente isso.
Não sabia desse preâmbulo do casal interracial que não colou, tá vendo?
Não acho justo esse tom do documentário, com o nhenhenhé todo do Tornado contra a Globo. Afinal, a emissora lhe deu muito bem dado o papel histórico do Gregório Fortunato no "Agosto", incrivelmente interpretado e cheio de elogios até hoje. Foi a interpretação da vida dele...
Letícia, minissérie que nem é mencionada no documentário.... Como já disse, eles comeram toda e qualquer bola positiva sobre o assunto.
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