Revistas de detetive 50’s foram um fenômeno tanto nos EUA quanto aqui. Tanto que ainda dá pra encontrar alguns números em sebos, nem sempre tão baratos quanto eu gostaria.
São deliciosas porque além de descaradamente inventarem casos cabeludos, nota-se clara influência de dois dos mais sensacionalistas gêneros de Hollywood então já fora de moda: Filmes de gangster e depois detetive. Digamos que misturavam o melhor dos dois mundos.
A revolucionária Patrícia Rehder Galvão podia ser secretamente lida na versão brasileira da Detective. Pagu usava o pseudônimo King Shelter para assinar contos cheios de mistério e violência.
Também há uma menção a este tipo de publicação na biografia de Nelson Rodrigues O Anjo Pornográfico, escrita por Ruy Castro. Rodrigues foi a princípio contratado dos Diários Associados como tradutor, mesmo sem entender patavina de inglês!
Igualmente sob pseudônimo gringo, o Pierrô do Meier contava as mais sangrentas tragédias passadas sempre em longínquas cidades norte americanas. Acabou sendo diretor da revista.
Veja também:
Detetive - Boas garotas vão pro céu
Times Square: Encruzilhada do Pecado
Seja um detetive profissional
Revista X-9
[Ouvindo: To The Ends Of The Hearth – Maysa]
O material original americano da X-9 e Detective tinha muita qualidade porque quem escrevia era o pessoal 'blacklisted' pelo Macarthismo, que antes trabalhava para TV e cinema. Escrevia nessas revistas usando apelidos, naturalmente.
ResponderExcluirRefer, sim, mas o nosso não era nada mal também.
ResponderExcluirGozado como nunca achei X-9 americanas. Até pensava ser coisa do Brasil.
Epa! Pierrô do Méier? Isso me interessa! Nunca ouvi falar desse senhor. Ela circulava pelo Méier, é?...
ResponderExcluirA X-9 e Detective eram brasileiras; os textos eram traduzidos de 'pulps' americanos que eram, por sua vez, escritos por autores 'blacklisted'. Morô?
ResponderExcluirEssas revistas 'de crime' eram proibidas, não vendiam para menores de idade. Tenho um trauma: quando eu tinha uns 12, 13 anos, tomei um pito de uma menina de uns 14 porque estava com umas X-9s na mão (ô, vergonha), num ponto de ônibus em plena Av. Nazareth, no Ipiranga. (ô, saudade)
('detective', 'inspector' etc eram escritas desse jeito)
Letícia, Pierrô do Meier é uma das alcunhas de Nelson Rodrigues.
ResponderExcluirRefer, não foi o que eu disse no post? Rs Eram "traduções". Eu não sabia que havia X-9 nos EUA.
Todas as capas estão "Expressamente proibido para menor de 18" Quase pornografia!
Imagina! Hoje é tudo historia da carochinha.
Mporria sem saber, Miguel!!! É castigo por eu não ter acabado de ler o Anjo Pornográfico. Ainda..
ResponderExcluirLetícia, affff... Li numa golada só! Confesso que dei umas puladinhas nas partes que falam de futebol.
ResponderExcluirAssim como fiz com O Último Suspiro do Buñuel. :(
revista MAG! # 16, acabei de receber; vem com um txt de Gonçalo Jr sobre os pulps brasileiros; lendo, fiquei sabendo que a X-9 começou a sair em 1941! há reproduções de várias capas e a informação sobre a colaboração da Pagu.
ResponderExcluirtem nêgo aí que vai achar que vc "copiou" seu post da matéria do Gonçalo.
(...vc não fez isso, fez?)
Refer, humpf! Não faço idéia que existe uma revista chamada MAG!Mais fácil eles terem vindo aqui catar coisa. Faço posts sobre X-9 e semelhantes há quase 2 anos!
ResponderExcluirVocê deveria saber que jamais faria isso, não? Francamente...
Eu sei, eu sei, é só para esclarecer OS NÊGOS; levantei a bola pra vc cortar, entende?
ResponderExcluirDigamos que eu sou a Fernanda Venturini e vc a Isabel. morô?
por vc, boto minha mão no fogo.
(me queimo todo, me phodo de verde e amarelo, vou pra UTI com queimadura de 3º grau, mas boto a mão no fogo) :D :D
ah, como eu sou engraçado — nem eu me aguento.
Refer, mas é que coincidiu com uma outra história. Sou super cuidadoso com estes lances.
ResponderExcluirPra mim, duvidarem da minha idoneidade é terrível. Sem falar que indicar a fonte não dói nada, ne?