A razão do meu afeto

Dizem que fãs não batem bem da bola. Eu mantenho uma postura absolutamente passional com meus ídolos.

Torci o nariz quando Almodóvar passou a ser conhecido além dos cinéfilos mais exigentes, e a cada filme levando destaque na home dos grandes portais como “O trabalho mais maduro de Almodóvar”. Qualquer filme novo dele é considerado “O trabalho mais maduro de Almodóvar”.

John Waters simplesmente me incomoda ver sua carinha envelhecendo... Já tem normalmente a aparência magra, frágil, não queria perdê-lo nunca! Gostaria de assistir novos Waters para todo o sempre.

Fascinava-me quando moleque ler que Sam Raimi fabricava suas próprias filmadoras e transformava película velha em adubo. Verdadeiro herói da minha infância.

Triste aquele quase ostracismo que se meteu até assinar o primeiro Homem Aranha. E mentes criativas sendo abraçadas pelo esquemão hollywoodiano não deixa de afligir.

Raimi só mostrou completamente ser aquele que aprendemos a amar na parte 3 do Cabeça de Teia. Dei o braço a torcer para aquele filme de monstro gigante de rara competência esquisofrênica.

Ao final ainda se deu ao luxo de reverenciar Billy Wilder. Mary Jane e Peter Parker reproduzem a cena de reconciliação de Marilyn Monroe e Tony Curtis em Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot, 59). Lindo!

A foto de Almodóvar e Mcnamara é um oferecimento de "If Charlie Parker Was a Gunslinger..."

[Ouvindo: New [deito] – Deliciousweetos]