Disney diz: meninas não entram!

15

Alguém da Disney rejeitou o currículo de uma mulher dizendo mais ou menos isso: “As mulheres não servem para nenhum trabalho criativo. É função para homens.” E portanto, não as permitem na escola.

“O único trabalho aceito para mulheres é limpar as folhas de celulóide”. Isso perante instruções!

Aham! Machismo seria coisa do passado? É uma carta datada de 1938, um ano depois de estrear Branca de Neve com estardalhaço nos cinemas.

Dá uma olhada na ficha técnica do IMDB para A Princesa e o Sapo (The Princess and the Frog), novo longa animado deles que vai estrear em 2009. Na lista dos 25 animadores, apenas um nome (1!!!) é feminino...

A imagem é um oferecimento sim sandwich

Veja também:
O adestrador de esposas


UPDATE 19h29 -- Oliveira Junior deixou nos comentários uma tradução melhor que a minha: "O que ela diz no terceiro parágrafo é: "O único trabalho disponível para mulheres consiste em desenhar ["trace"] os personagens em folhas de celulóide em branco ["clear"] usando tinta 'Indiana' [tinta preta usada em artes gráficas] e pintar ["paint"] os desenhos no lado reverso de acordo com as instruções."

[Ouvindo: What a Feeling – Irene Cara]

Postar um comentário

15Comentários

Antes de comentar, por favor, tenha consciência de que este espaço é disponibilizado para a sua livre opinião sobre o post que você deve ter lido antes.

Opiniões de terceiros não representam necessariamente a do proprietário do blog. Reserva-se o direito de excluir comentários ofensivos, preconceituosos, caluniosos ou publicitários.

  1. Acho que você se equivocou bastante na tradução... :-)

    O que ela diz no terceiro parágrafo é: "O único trabalho disponível para mulheres consiste em desenhar ["trace"] os personagens em folhas de celulóide em branco ["clear"] usando tinta 'Indiana' [tinta preta usada em artes gráficas] e pintar ["paint"] os desenhos no lado reverso de acordo com as instruções."

    Isso é preparar cada fotograma do filme, trabalho importante e extremamente metódico (portanto, impossível de ser realizado por homens - para sermos "feministas" aqui ;-) ). Afinal, é isso que define a qualidade da imagem da animação naquela época.

    E ela segue dizendo que havia dois cargos para mulheres: "Inker" (que fazia os desenhos com tinta - arte-finalista talves seja a tradução mais correta) e "Painter" (pintora ou colorista). Inclusive, ela afirma que a concorrência era grande, pois havia muitas mulheres qualificadas para poucas vagas.

    E no começo ela parece estar falando muito mais da realidade de mercado. Ela *não* diz que as mulheres não servem pra trabalho criativo. Ela diz: "Mulheres não fazem nenhum trabalho criativo associado com a preparação dos desenhos animados para o cinema, já que esta função é realizada inteiramente por jovens homens."

    Machismo? Talvez, mas longe do tom que foi dado na tradução inicial. E observe que é uma mulher que assina a carta... ;-)

    ResponderExcluir
  2. E perdoe o erro de grafia no talvez (escrevi com 's')... :-)

    ResponderExcluir
  3. Olival, vc tá coberto de razão.

    BTW tinta indiana é o prosaico nanquim. 'Inker' é cobrir o traço do lápis com nanquim.

    Vou te contar um causo:
    Pertíssimo de casa há um estabelecimento pré-escolar chamado Escola Pipoquinha, onde trabalham umas 10 'tias' e nenhum 'tio', por incrível que pareça! — isso ocorre por puro feminismo, de baixíssimo nível, na minha opinião.

    Como protesto, numa madrugada destas, vou pichar uma 'perna' naquele segundo 'P', pra ficar Escola PIROQUINHA. Vamos ver qual será a reação daquelas feministas execráveis.

    Um abraço pro Amaury Júnior, Sandy & Júnior e Júnior Baiano, extensivo a toda família!

    ResponderExcluir
  4. Olival Júnior, escrevi que era "mais ou menos"! ;)

    Não traduzi literalmente porque há pessoas (como você) com o inglês muito mais tinindo que o meu. E sinceramente, o sentido é o mesmo!

    Não importa a tradução, literal ou não, usar o sexo de cada indivíduo como método de seleção para cargos não é uma coisa muito bacana.

    Não fui eu quem escaneou esta correspondência, já tá correndo o mundo há tempos!

    Portanto, se ela se referia a uma realidade do mercado, é uma interpretação pessoal sua, do mesmo jeito que eu dei a minha.

    Refer, traduzi a olho, não entendo termos técnicos, mas acho que pra quem sabe menos inglês do que eu deu pra sacar o teor da cartinha.

    E machismo ou feminismo me soam ridículos do mesmo jeito...

    Como escrevi no post, é uma postura retrógrada pelo visto ainda preservada. É triste e ponto!

    ResponderExcluir
  5. Tudo que escrevi foi tentando fazer piada, da Escola Piroquinha à Família Júnior, que é enorme.

    Jamais levem a sério uma palavra sequer do que escrevo ou falo. Não tenho moral pra tanto, sou escrachado demais pra ser sério.

    Machismo e feminismo são ridiculamente engraçados, embora possam ser, muitas vezes são, brutais.

    ResponderExcluir
  6. Refer, lol! Eu tinha entendido!
    Acho bacana o debate...
    Se não, qual a lógica do meu blog ter comentários abertos?

    ResponderExcluir
  7. De qualquer maneira, acho que uma pessoa com pendores artísticos, cheia de idéias na cabeça e transbordando talento, deve ver a vida desabar nos dois primeiros dias de Disney, seja traçando, preenchendo ou produzindo as imagens. No computadô que seja.

    ResponderExcluir
  8. Letícia, disse TUDO! Palmas! Lugarzinho dos infernos...

    ResponderExcluir
  9. Caramba! É só ir ali na cozinha que o lance desenvolve aqui... rsrsrsrsrs

    Rafer, de fato o sentido de "trace" aqui é o de cobrir os desenhos com tinta. Pelo menos é o jargão para desenho normal. Pensei em traduzir como "arte-final", mas não sei se é o correto para cinema. Assim, coloquei como "desenhar" mesmo. E não tinha certeza de nanquim era a tal da "indian ink", mas felizmente vc corrigiu. :-)

    Miguel, acho q muda o sentido pq do jeito q vc colocou dá a impressão que as mulheres não serviam pra nada além de algum sub-emprego. E todo mundo que assistiu "Chasing Amy" sabe como "tracers" (ou "inkers") são importantes . . . ;-)

    Leticia, animação na Disney agora é a Pixar, q em tese foi comprada pela primeira, mas, na prática, se tornou TODO o departamento de animação.

    [ ]s

    ResponderExcluir
  10. Olivial, aqui a coisa é rápida mesmo! =))

    Bem, perto do que ela queria, era um trabalho menor sim... Porque cargas d'água mulheres não podem ser animadoras?

    Ah, e eles estão apostando forte na Princesa e O Sapo, animação tradicional. Mas o trailer parece não ter empolgado apenas a mim...

    ResponderExcluir
  11. Não estou muito por dentro dessas mudanças, Olival Junior. O que disse é no sentido de um cara, por exemplo, talentoso no desenho, e que consegue uma colocação na Disney, que aparentemente é a glória da glória... ele não produzirá mais nada de seu pro resto da vida. Tenho um amigo que trabalha lá, e ele era tão bom caricaturista e chargista...

    Aí gera uma outra coisa: meu ex comandava uns caras assim, e tinha de lidar, muitas vezes, com egos frustrados, que davam chiliques frequentes como se fossem criadores. E não são...

    Por o que quis dizer foi mais ou menos isso: quem quer seguir criação, siga criação. Quem quer ser empregado, que seja empregado.

    ResponderExcluir
  12. Não vejo 'pobrema' em trabalhar na Disney. Eu trabalharia até no DisneyWorld usando a roupa do Pateta... claro que, vez ou outra, dando cusparadas nas cabeças dos petizes mais próximos e assediando sexualmente as mamães deles.

    Bem, caso precisar, vou usar o pistolão (epa) da Leticia pra me arrumar na Disneylândia.

    ResponderExcluir
  13. Letícia, e essa é basicamente a resposta da carta à nossa amiga cartoonista. Deve ser ruim pra danar trabalhar num lugar assim mesmo.

    Refer, trabalhar de Pateta! Vejo um grande futuro pela frente...

    ResponderExcluir
  14. Refer, cê tinha de esbanjar simpatia 24 horas por dia. E só encontraria brasileiro por lá.

    Ninguém aguentaria um troço deeeeeesses...

    ResponderExcluir
  15. Letícia, Tim Burton saiu de lá. Possesso com o tratamento que levava!

    ResponderExcluir
Postar um comentário