O suave adocicado de Doris Day

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Tão doce, tão doce que Doris Day ficou famosa como a eterna virgem. A virgem com o hímen a prova de bala. Isso nos anos 50, quando tal posição era celebrada por moçoilas de família. A crooner de certo gingado jazzístico caiu nas graças de Hollywood em número considerável de musicais. Bem lembrou Ruy Castro em seu (fantástico!) livro Saudades do Século 20, que sua carreira foi pras cucuias nos anos seguintes, junto com a liberação sexual, pílula, etc. Nada era mais fora de moda do que ser casta. Nada era mais fora de moda do que ouvir Doris Day. Anos a fio revelar em rodinhas de amigos que se ouvia as canções dela era quase um pecado, uma verdadeira vergonha! Hoje vive linda e lôra em prol de animais e gatos abandonados, levando uma aposentadoria doce, muito doce conforme cabe o imaginário popular a seu respeito. Muitos de seus discos, com perfume do glamour perdido, podem ser conhecidos (na integra!) via Singin’ and Swingin’.

[Ouvindo: Telephonez-Moi – Katyna Ranieri]

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2Comentários

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  1. Gosto da eternamente virginal Miss Day, sempre curti essa estrela de comédias conservadoras e exageradamente ingênuas. Acho lindos aqueles apartamentos cenográficos em que ela se dormia abraçada a um travesseiro lembrando do encontro casto com Rock Hudson, em um mundo perfeito, idealizado para donas de casa suburbanas.
    Pintei uma vez um quadro de 1m X 1m, onde a loura, em close-up, sorri um sorriso Kollynos, vestida de polyester florido. Ao lado, em letras redondas e douradas, escrevi: It´s a wonderful day, Doris Day !
    Um abraço e um super feliz dia das mães pra sua mãe, Miguel !
    Seja um bom rapaz. Ela merece.

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  2. Jôka, nada mais virginal que um encontro casual com Rock Hudson... Realmente a cenografia em formas circulares e tons pasteis era muito charmosa. Teu quadro deve ter ficado ótimo, eu o imaginei. Olha, feliz dia das mães também! :)

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