Uma certa casa assombrada por Beetlejeuce

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Como toda boa história de fantasmas que se preza, Os Fantasmas Se Divertem (Beetlejuise, 1988 de Tim Burton) tem na casa onde a história acontece um personagem importante. Tão importante que ela aparece no pôster junto aos atores principais.

É com a casa que se desenrola a subtrama relevante e divertida, em que os moradores vivos resolvem deixar com a sua cara a nova residência. Isso ainda esclarece que acima de uma história de fantasmas agarrados ao mundo dos vivos, o filme discorre sobre juízo de valores e percepções sociais num mundo de aparências, temas quase que únicos na filmografia de Tim Burton.

A despedida do século XX tinha que ter começado no final de uma década estridente como foi a 80. Interessante que não há espaço para a torcida maniqueísta por nenhum dos lados, e isso é um dos pontos fortes de Beetlejuise.

Existem fãs para os estilos de decoração em ambos os estilos dos moradores. Particularmente posso dizer que os dois são engraçadinhos, mas não me agradam lá muito.

Enquanto é a residência do casal “caipira” Adam e Barbara Maitland, vemos muita coisa que era considerada cafona como papel de parede com padrão floral. E os bibelôs aos montes na lareira?  


 Mas também é muito mais iluminada e colorida do que a decoração imposta pelos novos moradores, com tanta extravagancia da época.  

A cozinha aconchegante em tons pastel dá lugar a um azul forte (tom que Burton reutilizaria tantas outras vezes) com ostentação de muitos utensílios em aço inoxidável.  


As escadas, paralelo tão fácil ao tema, retornam ao estilo original com grande destaque na cena final.

 Betlejeuse se passa em Connecticut, Estado relativamente próximo a Nova York, mas com ambiente bem mais bucólico. Só que as filmagens aconteceram em East Corinth, uma cidadezinha de quase 1.500 habitantes do Estado de Vermont.


E o casarão não existe! A faixada foi construída no alto da colina apenas para o filme e os cenários internos em estúdio na Califórnia, quilômetros dali.

O design de produção foi assinado por Bob Welch que voltaria a trabalhar com Burton em Edward Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands, 1990) e Batman: O Retorno (Batman Returns, 1992). É possível identificar um pouco de Beetlejuise nos cenários de Edward, mas nada na maioria dos outros trabalhos de Welch, como nos três MIB e em Thor (2011 de Kenneth Branagh).

Isso tem lá a sua ironia, visto que com certo humor designers/decoradores se referem a “Betlejuise” quase como um estilo, sendo que seu criador mesmo não voltou posteriormente a ele. A única coisa que o design de produção levou desse trabalho “até que a morte lhes separe” foi a atriz Catherine O'Hara, a nova yorkina tresloucada pelo moderno, com quem está casado até hoje.

Algumas imagens e algumas infos foram um oferecimento Hooked on Houses

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