Frankenstein em anime!

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Ao contrário dos quadrinhos, que sempre flertaram muito bem com o terror, a animação tem parcos exemplares do gênero. A começar por isso, Frankenstein (Kyofu densetsu: Kaiki! Furankenshutain, 1981 de Yugo Serikawa) em anime já impõe uns pontos a mais de interesse.


Japoneses, menos suscetíveis aos êxitos adocicados da Disney, sempre exploraram a animação como técnica artística, não como gênero, quase que sinônimo de infantil como nós. Frankesntein é voltado para jovens adultos.

Não há concessões a cenas de sangue e violência, o tornando, a seu modo, umas das versões mais hardcore de Mary Shelley. Relativamente fiel ao conto, adiciona conflitos familiares o que o faz em alguns momentos descambar para o dramalhão.

Narrado em cerca de quatro grandes atos, possui subtramas bem desenvolvidas. Depois que “nasce”, o monstro passa a ser um assombro entre os personagens, até ganhar a forma que todos nós conhecemos: A figura solitária, hostilizada pela aparência.

A animação é bastante econômica, como era comum aos animes da época, e não há pressa, o que exige certa paciência do espectador. Ainda assim diverte, seja pela hiper violência gráfica, seja admirando o estilo kitsh tão nipônico, onde tem espaço até para uma canção enka relevante à história.

Produzido pela Toei Animation, é originário daquele acordo que a empresa japonesa firmou nos anos 70 com a Marvel Comics. Da mesma safra apareceu um Homem-Aranha (Supaidāman) em seriado e o longa Drácula (Yami no Teiô Kyûketsuki Dorakyura) de 1980, baseado nas revistinhas Tomb of Dracula.

Frankenstein não teria nada de sua versão em quadrinhos, além da aparência. Que por sinal, é bastante semelhante também á caracterização de Boris Karloff no filme de 1931 da Universal Studios, com direito aos eletrodos no pescoço e tudo.

Outra referência notável é a do anime Heidi (Arupusu no shôjo Haiji, 1974). A filhinha do Frankenstein visita o avô que mora nas montanhas junto com as cabras e tem um amigo pastor, etc.

No Brasil aportou em VHS proeminente da Itália com 90 minutos de duração, diferente do que foi visto nos EUA com minutos a menos. É essa cópia de baixa resolução que hoje circula pela Internet, dublada em português com pouca sincronicidade.

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