Dietrich no deserto e sem coisa pior para se preocupar

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Ontem foi dia rever aquele filme que já vimos tantas vezes, nem que seja pra falar mal! No caso tivemos um célebre cine suspiro: Filme ruim que nos eleva a sentimentos ótimos!

Deliciosamente kitsch, uma joia dos idos de ouro de Hollywood. E ainda divertidamente anacrônico.

Olhei nos arquivos aqui do blog e eu tinha visto Jardim de Allah (The Garden of Allah,1936 de Richard Boleslawski) em 2009. Não imaginava que fazia tanto tempo assim.

Continua sendo um espetáculo em tecnicolor rudimentar e um desfile dos figurinos mais inapropriados possíveis para um lugar inóspito como o deserto. Ainda uma história que não entra na minha cabecinha contemporânea.

 Entre ditados tradicionais árabes, a cada duas frases, uma é jura de amor eterno. Parece que nem se o parceiro no futuro ameaçasse pisar no pescoço da sogra eles se separariam.

Não foi há toa que nossa amiga Cida Lopes (Aka Cyndi Lauper) vê a Jardim de Allah no comecinho do clip de Time After Time. Assista clicando aqui


Marlene Dietrich é a rica, mais rica entre as ricas, que após a morte do pai segue conselho de freiras para fazer um retiro pelo deserto. Na paisagem mais árida imaginável ela não oferece água aos convidados, mas champanhe, afinal, ela é rica, a mais rica entre as ricas!

Cruza com um monge trapista que fugiu de sua congregação. Muito católica, a madame se apaixona e casa-se (no deserto mesmo) com ele, desconhecendo seu passado.

 E daí? Pois é, o fato dele ter renegado os votos religiosos tem um peso semelhante á revelação de ser a reencarnação de Hitler (com o perdão do trocadilho)!

Não sei se isso é sinal do roteiro estar datado (36) ou se é porque trata-se da segunda refilmagem de história de 1916. Ou vai ver que uma moça que também fosse extremamente católica (rica, mais rica entre as ricas ou não) também concordaria com isso hoje em dia se .

Achado não é roubado! Se também fosse absurdo nos anos 30, consigo imaginar belos menês no Facebook contrariando a resolução.

Se houvesse Facebook nos anos 30, evidentemente...

[Ouvindo: Shabadabada [Doing Time Remix] – OV 7]

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