Misses Universo no planeta Vênus

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Filme ruim bom, começa ruim bom logo no título. Em Abbott & Costelo Go To Mars (1953 de Charles Lamont) os comediantes aterrissam em Vênus!

A dupla não poderia deixar de satirizar a onda de ficções científicas 50’s depois de fazerem galhofa com os monstros da Universal 30’s. Ruim que demore exatos 60 minutos para chegarem ao planeta.


E que planeta! Para deleite dos astronautas, habitado pelas mais lindas mulheres do universo e no caso, isso não é forma de falar.

A Universal contratou as finalistas do Miss Estados Unidos  e Universo de 1953 para completar o elenco de beldades. Os créditos indicam a presença de Miss USA, Miss New Jersey, Miss Montana, Miss Alemanha, Miss Louisiana, Miss Michigan, Miss Hawaii e Miss Welcome to Long Beach, seja lá o que essa última signifique.

De lambuja, uma das guardinhas (à direita na imagem abaixo) é a Miss Suécia 1950,  ninguém menos do que a lendária Anita Ekberg. A única de todas a ter futuramente um nome reconhecível e que por ironia não ganha um só close na fita ou uma palavrinha se quer de texto, aliás, só é creditada no final.

Lembrando que vimos aqui no blog o anúncio do Miss Universo 1952 e um dos prêmios era um contrato com o estúdio (reveja clicando aqui). O que era hábito, visto que a nossa Marta Rocha recusou este contrato ao ficar em segundo lugar em 1954, conforme você lê clicando aqui.

Voltando á película, atenção á presença não creditada de Ed Fury como O Homem Perfeito. Fury é aquele modelo que tirou um pacote de fotos desprovido de vestimentas enquanto tentava a sorte em Hollywood (veja postclicando aqui).

Chegou por último a protagonizar alguns filmes italianos do tipo Hércules. Não era tão popular na época quanto agora em tempos de internet, com suas fotos antigas alçando status de cults.

Pena que agora ele seja um senhorzinho de 84 anos. Idade demais para usufruir da atenção de tantos fãs, mas antes tarde do que você sabe o quê.

 Fora essas presenças ilustríssimas, Abbott & Costelo Go To Mars sofre da dor e a delícia de tudo o que busca ser fiel ao momento em que é produzido. Machista e tecnologicamente defasado, virou uma pérola de humor involuntário, maior do que qualquer pastelão praticado pelos protagonistas.  

A primeira imagem é um oferecimento Brians Drive in Theater

Veja também:
Miss! Oportunidade de fama e riqueza
A baiana que recusou Hollywood
Ed Fury: Nem todo passado condena


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6Comentários

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  1. Lá nos anos 80, o Silvio Santos criou a Miss Silvio Santos para disputar o Miss Brasil. Devia ter criado também a Miss Bem-Vindos ao Palácio de Convenções do Anhembi...

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  2. Glauco, não sabia do Miss SS. Miss Bem-Vindos ao Palácio de Convenções do Anhembi seria bem melhor.

    Aliás, tu viu o recente concurso? Ninguém falou nada depois...

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  3. Nem vi, Miguel, foi no final de semana que estava de mudança, sem internet, sem TV em casa... Fiquei sabendo do resultado numa mesa de bar. Depois vi as fotos, repeteco dos últimos anos, branca, cabelos e olhos castanhos escuros, e gaúcha, cansei!

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  4. Glauco, xiiiiiiiiii... Se até você não deu pelota...

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  5. Há coisas que só americano curte, tipo café aguado, luta na lama e Abbott & Costello. Tudo que vi desses caras é chato, sem graça, ruim demais. Sei lá.

    Minha teoria é que o humor de Abbott & Costello é alinhada rigorosamente com o teatro de variedades, o vaudeville, cuja tradição forte na cultura popular americana fez a glória da dupla.
    * * *
    Estamos aguardando o livro de Glauco sobre misses. Sai ou não sai?

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  6. Refer, mas há vários comediantes, até hoje, que são um mega sucesso lá e aqui fracassam na bilheteria.

    Acho estranho pq não vejo muita diferença no que eles fazem e no Didi Mocó.

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