Cicciolina do Bixiga: ela queria poder!

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Na campanha eleitoral de 1988 a atriz Makerley Reis teve seus 15 minutos de fama ao se candidatar ao cargo de vereadora da cidade de São Paulo pelo PMDB. Seu primeiro ato de campanha foi fazer topless na sede da OAB da Praça da Sé na manhã do dia 25 de maio daquele ano.

Na ocasião, o ex-governador e também futuro candidato Leonel Brizola participava de eventos no local. A imprensa logo tratou de apelidá-la de Cicciolina do Bixiga, referência a atriz pornô Illona Staller que conquistou vaga no plenário italiano partindo do mesmo expediente.

Natural do Rio de Janeiro, Makerley Reis era o pseudônimo de Maria Aparecida Paes da Silva. Aos 19 tinha em seu currículo meia dúzia de títulos da fase explícita da Boca do Lixo, destacando-se Meninas, Virgens e P... (Troca de Óleo) (1983), Emoções Sexuais de Um Cavalo (1986) e A Máfia Sexual (1986), todos sob direção de Sady Baby.

Nesse último ela aparece creditada entre os atores convidados apenas como Makerley. Ao estilo cinema de guerrilha (de verdade!) ainda surge como continuísta e assistente de produção, prova de que a garota era de arregaçar as mangas.

Com Tiriricas e Cãezinhos do Teclado eleitos, e algumas Mulheres Frutas candidatas, parece comum agora que personalidades trash tentem um cargo público. Mas no caso de Makerley estamos falando da primeira eleição direta após a ditadura militar do qual o Brasil foi vítima por 21 anos.

Ela esteve entre os três primeiros convidados (Esperidião Amim e Almir Klink) do talk show Jô Soares Onze e Meia quando estreou em 17 de agosto de 1988. Um dos motivos pelo qual o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) quis punir o SBT, conforme noticiou a Folha de São Paulo na época, por entrevistar candidatos.

A alegria durou pouco. Logo depois de aparecer na TV, a Justiça Eleitoral impugnou o registro de 63 candidatos, entre eles o da Cicciolina do Bixiga!

Alegou falta de provas de que residia a mais de um ano na zona pela qual concorria. E assim, numa notinha de jornal aconteceu o crepúsculo da carreira política de Makerley, que nunca frequentou as páginas de conceituados periódicos.

Veja também:
Sady Baby e o senhor da razão


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27Comentários

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  1. Eu tenho uma fascinação tremenda por essas histórias da boca do lixo ou que envolvem pessoas de lá. Seria muito bom se houvesse algum livro que relatasse as curiosidades e escabrosidades dessa fase que pra mim parece uma dimensão paralela.

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  2. Igres, eu tb... E os registros são raros.

    O que achei curioso nessa historia aí é saber que uma daquelas moças do Sady Baby, cujos filmes são realmente um universo paralelo, ganhou notoriedade longe dele por um curto período.

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  3. OFF - Miguel, não sei se vc viu ou ficou sabendo o que aconteceu na novela das 9 da rede globo, onde a Crstiane Torloni foi até o porão de sua mansão e colocou um rato morto na bandeja e o serviu para a filha. Primeiro me lembrei de dona Baby Jane Hudson e seu amor pela irmãzinha lhe servindo o mesmo prato ha alguns anos atrás. Depois me lembrei de um post seu onde vc falava do autor de celebridade que se inspirou em A malvada, e mulheres de areia que se inspiraram naquele filme de gêmeas da Bette Davis.

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  4. * Érica Cristina * , certeza que na caixa de comentários de um post de terceiros é bacana deixar spam do seu blog? Por favor, seja respeitosa.


    Nayara, tinha lida algo a respeito. Mas nem perco meu tempo com novelinhas.

    Num texto tão podre, dá até pena de qualquer referência cinematográfica. :D

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  5. Pô! "Makerley"? Pior que isso só o nome de um salão aqui perto de casa, chamado Makhyleyz, ou coisa que o valha!

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  6. Letícia, não entendi o que ela queria dizer com esse nome! Sério!

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  7. Ficou chique, né, Miguel?

    Viu em algum lugar, como a Gretchen quando passou em frente ao cinema.

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  8. Letícia, certeza! Tipo "Aleluia Gretchen!" Hahahaha!!!

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  9. Mas é verdade. Lá estava ela na Praça da República, se não me engano, bateu o olho no letreiro do ciinema, que passava "Aleluiua Gretchen", e decidiu.

    Ela contou uma vez em entrevista.

    E, cá pra nós, de onde mais ela poderia ter tirado isso?

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  10. Letícia, já ouvi ela contando isso também. hahaha Momento de iluminação da Dona Maria Odete.

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  11. E a flha dela, se lambendo na padaria pra gerar notinha semestral...

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  12. Letícia, já vi briguinha sem o mínimo sentido no Twitter pra ganhar notinha (não dela). O pior é que funciona!

    Jornalistões caem feito patos no jogo das subcelebridades. :(

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  13. Makerley é provavelmente derivado de Makerli, nome de um grupo de lojas de calçados que não existe mais. Havia uma enorme no Largo do Arouche e outra quase do mesmo tamanho na Rua do Arouche e outra ainda na Rua Marconi, se não me engano.

    (na verificação de palavras RESER = bateu na trave)

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  14. Refer, pode ser! Nome da fofa veio da marquise de uma loja de sapatos. melhor ainda.

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  15. Não entendo a celeuma qdo. putas querem ser políticas; O congresso tá cheio de filho delas e ninguém reclama...

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  16. Anônimo, ninguém está reclamando das moças. Democraticamente qualquer cidadão tem direito a tentar um cargo público!

    Ah! E atrizes pornôs não são necessariamente prostitutas. Há prostitutas de todas as profissões, aliás! :D

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  17. Refer, pensei nisso também, por conta de uma historinha familiar com um calçado dessa marca. Meu irmão era bem pequeno e cismou de ter um, e minha mãe teve de enganá-lo (tadinho!) com um sapato de outra marca. Não havia Makerly pra criança...

    Nessas me contaram que Makerly é a junção do prenome do cara (não lembro qual) mais o sobrenome Kerlakian.

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  18. Letícia e eu jamé tinha ouvido falar!

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  19. O Esperidião Amim foi entrevistado pelo Jô em 88??? Por que???

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  20. A filha ou filho da Gret... disse numa entrevista na RedeTV, que fez aquele barraco todo, pois estava sendo sofrendo com preconceito de "ele" ou ela ser homossexual,mas nesse instante ela não perdeu a corrida e disse que iria se lançar candidata a vereadora, estava na cara dela que era por motivos políticos e a RedeTV deu crédito a ela.Eles perderam a oportunidade de ficarem calados e deveriam ter escantiados ela.

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  21. Anônimo, não sei, mas pelo que li nos arquivos da Folha, ele acabou saindo candidato naquele ano em um outro estado.

    Um dos motivos para o TRE entrar contra o SBT, pelo que li.

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  22. É, tem fundamento. Kerlakian.

    Por alguma razão que eu desconheço, armênios dominam o comércio de calçados em São Paulo há uns quatrocentos anos.

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  23. Refer, outra coisa que acho mistério paulistano são lojas que vendem o mesmo produto ficarem numa mesma rua, lado a lado. Hoje parece que isso está diminuindo, mas antes era bem demarcado, ás vezes até por bairro.

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  24. Continua assim — o que acontece é que com a expansão da cidade, são abertas lojas distantes de suas localizações "naturais". P.ex. alguém abre uma loja para noivas na Lapa, em um shopping, ao invés da Rua São Caetano. Os shoppings ajudaram a refrear essa tendência.

    Mas deve haver em SP uns 10 setores de comércio concentrados dessa forma, ainda.

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  25. Edson, só vi teu comentário agora, desculpe!

    Tammy Gretchen devia ser uma figura a ser execrada pelos movimentos sérios gays. Ela e todos os malandros que estão usando a visibilidade do tema para tomar proveito particular.

    Refer, mas é bizarro a concorrência lado a lado! Embora cômodo ao cliente.

    Fui muito a Santana, paraíso do VHS nos anos 90. Hoje não sei mais onde estão concentradas lojas de DVDs.

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  26. A makerley Foi uma grande amiga minha ma época enque ela ainda se chamava Makerley Sony Bom não relataram nessa matéria mas logo apos esse ocorrido ela acabou participando de um roubo na qual a vitima morreu ela foi presa e nunca mais ninguém teve noticias

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  27. Marcos, Oh! Não sabia disso nem encontrei em nenhum lugar referência a isso.

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