Sentinela da TV: Canal Viva

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Recém-criada emissora paga do grupo Globosat, o Viva veio cumprir o antiquíssimo sonho de um canal só para novelas antigas da TV Globo. De cara, chamou atenção com a reprise de Vale Tudo, folhetim de Gilberto Braga, exibido originalmente em 1988.

Mesmo com cada capítulo mostrado primeiro no proibitivo horário das 0h45 de segunda à sexta! No horário nobre mesmo transmitem coisas recentes como O Rei do Gado (1996) e programas de variedades não muito antigos.

E aí que está o problema que se estende a todos os canais Globosat. Disputando audiência, tornaram-se nada mais do que versões do que a Globo transmite de graça.

Há pouco, ou nenhum espaço para o que não interessa à grande massa. O assinante cai na mesma arapuca de quem perdeu faz tempo a paciência com a “nivelação por baixo” da outrora primorosa Vênus Platinada.

A emissora sempre alegou que na faixa Vale A Pena Ver De Novo, horário vespertino em que reprisa suas telenovelas, levava em conta a aparência técnica em que as obras foram originalmente gravadas. Assim, só interessaria produções de 6, 5 anos pra cá.

Compreensível a preocupação por causa da disputa pelo ibope, coisa e tal. Sabe-se que o povão tem medo como o diabo da cruz de qualquer exigência mínima de seu intelecto nas horas de entretenimento, como falta de cor, iluminação inferior, etc. mesmo se o produto for conhecidamente superior a algo “fácil”.

Mas duvido que uma boa trama como Vale Tudo, se exibido num certo horário, não estouraria a boca do balão. Tenho a impressão de já ter dito isso aqui, pensando em depois do Jornal da Globo.

Enfim, parece que os programadores do Canal Viva estão guiando-se pela mesma regrinha do Vale A Pena Ver De Novo. Inclusive nos outros programas que transmite.

Preferem Escolinha do Professor Raimundo a Satyricon ou Planeta dos Homens, tolices recentes como Sandy e Junior a curiosidades como Ciranda Cirandinha. Vale a pena pagar por algo recente que a gente sempre torceu o nariz a coisa que a gente sempre ouviu falar bem e nunca teve a oportunidade de assistir?

[Ouvindo: Lucky – Radiohead]

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10Comentários

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  1. Vejo sempre que posso, conforme comentamos aqui quando começou.

    Sabe que é boa à beça! Os diálogos, as referências, a trama benfeita! Muito boa!

    Engraçado é que na época eu nem dava muita pelota...

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  2. Letícia, somos DOIS! Assistíamos superficialmente.

    Mesmo a Odete. Ouvia que ela era péssima, mas só agora percebo o que está por trás dela, o que ela representa.

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  3. Claro! E Odete, cá pra nós, tem certa razão em relação ao país.

    Mas a época marca bem as mudanças que descambaram no hoje. Imagine só se alguém aceitaria agora um motorista confiado como o do Nercessian! Imagina!

    Detalhe: se você viu os últimos capítulos, deve ter percebido que o cabeleireiro é o Beiçola (na flor da idade).

    No Youtube tem um cara que passa os capítulos no dia seguinte, religiosamente. É só digitar "Vale Tudo capítulo 99", pra rever o Beiçola.

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  4. Letícia, hahahah Odete tem certa razão em muitos pontos. Só derrapa quando se empolga e vira meio fascista de tailleur.

    E o mordomo raramente teria espaço. Mas a imprensa de hoje seria mais receptiva a Aldeides.

    Lembra o que ela fará pra ficar famosa?

    Li o povo no Twitter comentando. Não sabia desse cara que posta.

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  5. Não, da Aldeíde não lembro...

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  6. gente,nao adianta,tudo sempre sera nivelado para baixo...só vejo uma saida: TSUNAMIS,CATASTROFES E EPDEMIAS pra pelo menos 80% da classe C,D,E,F....Enquanto isso,esqueçam...vai ser só Sai de Baixo pra baixo...

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  7. Letícia, posso contar? Dos outdoors coisa e tal...

    Davi, verdade! Nada será feito daqui por diante pra outro tipo de telespectador que não seja o mais simples possível.

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  8. Pode, Miguel. Será que estou lembrando de algo?

    Davi Vallerio, tem toda razão. Sou super-entusiasta de uma acomodação de camadas durante uma chuva aqui na minha cidade. Tenho tudo idealizado no cérebro.

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  9. Letícia, ela vai pegar toda a grana e investir nela como um produto. Outdoors e anúncios de TV.

    O slogan será: "Aldeíde Candeias: Você ainda vai ouvir falar nela"

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