Ataque de nervos na Broadway

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Elenco da versão Broadway do filme Mulheres À Beira de Um Ataque de Nervos (Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios, 1988 de Pedro Almodóvar) em uma palavra: Angústia. Não consegui achar graça, só incomodo.

O musical estreou no final do ano passado, com aquela gana pós inacreditável sucesso da adaptação de Hairspray, coincidentemente dirigido por John Waters também em 1988. Basta ser um filme fresco que pode virar bem sucedida peça cheia de cantoria?

Segundo o El País, Almodóvar não teve relação alguma com a montagem, além de supervisionar o texto e assistir ao filme explicando passo a passo. Norte-americanos estão de olho desde seu lançamento nos cinema quando foi anunciada a compra dos direitos para um remake por Jane Fonda.

Faz pouquíssimo tempo que surgiu a notícia de que a Fox transformaria as agruras de Pepa em seriado. A Cesar o que é de Cesar, difícil esperar resultados positivos mudando tanto o contexto geográfico da trama.

Muita ranhetíce criticar uma coisa sem ter assistido, só por pudor à obra original, mas não consigo entender como uma história tão latinamente passional possa ser adaptada para se passar em Nova York. Mesmo que sua origem esteja absurdamente embebida nas comédias ligeiras da clássica Hollywood.

Numa rápida pesquisada, deu pra notar que a crítica está bem dividida, e que existem muitos elogios à atuação de Patti LuPone como a mulher traída saída do manicômio, papel feito na tela grande por Julieta Serrano. LuPone foi a ganhadora do Tony, o Oscar da Broadway, em 2008 por Gypsy.

Tai um musical americano que quando for ser adaptado no Brasil, terra de gente com sangue muito mais quente, fará muito mais sentido do que boa parte dos que vêm sendo feitos. A produção subiu uma prévia de "Women on the Verge of a Nervous Breakdown" ao You Tube, assista.

A imagem menor é um oferecimento a2view

[Ouvindo: Benihana – Marilyn Chambers]

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4Comentários

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  1. Miguel, os musicais da Broadway são atrações para turistas estrangeiros ou para americanos vindos do interior, como as nossas Escolas de Samba, por exemplo - só que aqui no Rio, nós, os cariocas, não só assistimos como também desfilamos nas Escolas. E lá, os Nova-iorquinos jamais assistem à esses espetáculos, esnobam solenemente. Eu, como turista, assisto a muitos shows desses em uma única temporada, mas nunca os vejo esperando qualquer tipo de obra de arte. São todos sempre shows muito cafonas, sem excessão, e quando conseguem ser divertidos, já cumpriram os seus papéis. A gente só assiste aquilo, sai pra jantar e esquece em seguida. Nada demais. Abç!

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  2. Jôka, sim, claro, isso todos sabemos. O que comento é o estranhamento de transformarem os personagens em nova yorkinos sendo que as atitudes são tão latinas.

    Se virar uma destas versões pobrinhas da Broadway que fazem aqui, provavelmente o resultado será superior.

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  3. Adoro este filme de Almodóvar, só não é o meu favorito porque no mês passado eu pude assistir no cinema "Labirinto de Paixões". Já este musical da Broadway parece estar longe de conquistar a popularidade do filme. Mais do que dividir opiniões, soube que a adaptação para os palcos teve menos exibições do que o previsto.

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  4. Alex, é um dos meus favoritos perto de Que Fiz Eu Para Merecer isto?.

    Sim. E muitas delas catastróficas.

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