Sentinela da TV: Lost

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Começo de conversa, você não encontrará spoiler neste post! Fica frio!

E com o episódio tipo nitroglicerina pura desta semana (S06E14) inevitável o cheiro de fim. Como todas as outras cinco temporadas, uma incrível barrigada durante a temporada até os empolgantes momentos finais.

Como se os roteiristas primeiro criassem o último, e só depois quebrassem a cachola para chegar até lá. E quase sempre vimos (quem teve paciência de aturar momentos extremamente mornos) que conseguiram bons resultados.

Uma derrapada aqui, outra ali, porque ninguém é de ferro! Mas é sensacional, e às vezes nem eu (que assisto a qualquer coisa) sei porque estou acompanhando algo tão inverossímil!

Mistura de todos os hits da televisão americana na primeira metade da década (E.R., Survivor, reality shows de confinamento, etc.) que de forma inacreditável deu tão certo. Pode não ser muito profundo, mas é bem divertido.

O que vai mal é exatamente o trunfo de sua base calcada em mistérios absurdos. A cada resolução um pouco do charme se dilui.

Por exemplo, a iniciativa Dharma quando era só um monte de escotilhas antigas que iam sendo descobertas. Até o japonês que aparecia nos vídeos embolorados nessa época se tornou real, ganhou até história familiar.

Ao contrário de clássicos do mistério da TV (como The Twilight Zone) sobra sempre pouco espaço para a imaginação. Ou melhor, leva por terra o tempo todo o que conquistamos imaginando.

Muito me aflige ler estas listas de fãs com mistérios ainda não solucionados. Até o jornal Folha de São Paulo publicou a sua dois domingos atrás.

A maioria deles está mais do que subentendido e resolvido, inclusive por sua pouca relevância. A famosa preguiça em pensar o mínimo possível até com entretenimento!

O que falta fazer sentido mesmo é: O que realmente é a ilha, aonde vai dar a realidade paralela, qual a relação dos números, quem são Os Outros afinal, que com tanto tempo na ilha se deixaram liderar por alguém como o Ben, definir Jacob, entre outras “cositas más”.

A coisa mais mal resolvida até agora é o Monstro da Fumaça (ou Lostzilla). Como que algo que era animalescamente maléfico tornou-se um ser racional e calculista, de super poderes quase infinitos?

Faltam apenas mais dois episódios. Vamos acompanhar!

[Ouvindo: Voulez Vous – Erasure]

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2Comentários

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  1. Engraçado você ter mencionado essa matéria da Ilustrada, no dia em que ela saiu comentei que tinha achado tão desnecessária, pois enumerava trinta mistérios sem solução, mas muitos deles estavam datados e outros não se podia dizer que eram mistérios (lembro que fiquei com a sensação de que o redator estava mais descarregando a raiva dele com a série do que prestando um serviço informativo).

    A grande lição que Lost deixa é que hoje tudo tem que ser verossímil, tudo tem que ter resposta, até a imortalidade de um escravo espanhol que foi parar numa ilha misteriosa. No fundo acho que as pessoas não veem sentido em suas próprias vidas, então querem respostas nos seriados de TV.

    (quase um post na sua caixa de ocmentários).

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  2. Ruy, mas eu noto isso no cinema americano. Nos Blockbusters de hoje.

    Tudo tem que ser milimetricamente explicado, se não, o povo não entende, fala mal e fracassa. Vários filmes malhadíssimos fui assistir e reparei que o mal é ter deixado pontos para o cérebro de quem assiste.

    Já vi listas com coisas como "Quem é a mãe de Claire?"... E daí?

    A da Folha era claramente desculpa pro diagramador preencher espaço... Edições de domingo, aquele fabuloso buraco negro que precisa ser ocupado!

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