Gracinha do inferno

13
Brasinha, nome em português para o Hot Stuff, The Little Devil, é uma das melhores adaptações. Denota a época em que o personagem desembarcou no Brasil, na era do iê iê iê.

Quando “é uma brasa” significava que era uma coisa boa. Criado pela Harvey Comics em 1957, faz parte de sua galeria de monstros da mitologia que dificilmente se vê associado a seres “fofinhos”.

Os mais famosos, com serie de desenhos animados e produções de longas Hollywoodianas, são Gasparzinho, O Fantasminha Camarada e Riquinho. De camarada Brasinha nunca teve nada, embora suas maldades demoníacas sejam semelhantes às de qualquer criança.

Embora a criação de ambos seja atribuída a Alfred Harvey, não transitavam no mesmo universo, tendo cada qual uma turma específica. Abaixo, veja o início de uma historinha publicada na revista Gasparzinho n° 86, onde Brasinha faz rara figuração.


Ele teria sido publicado pela primeira vez aqui como tirinha na revista O Cruzeiro. Mais tarde ganhou sua própria revista pela editora Vecchi, mais tarde Rio Gráfica Editora.

Desde que seus direitos expiraram na década de 80, antes da RGE vir a se chamar Editora Globo, que Brasinha não dá as caras nas bancas brasileiras. Mesmo nos EUA, seu país de origem, ele não é publicado desde a década de 90, aparecendo apenas em algumas compilações.

Pode ter ajudado em seu ostracismo a sua adoção como símbolo de gangues de motoqueiros, tema recorrente em tatuagens e a possível mensagem satânica. Sem falar nos tempos pseudo moralistas em que vivemos, onde se pode fazer de tudo, contanto que publicamente tenhamos a aparência que uma igreja qualquer aprove.

De qualquer forma, no esporte o personagem dos infernos foi abraçado como mascote de forma não oficial. Na Austrália por um time de artilharia, e no Brasil pela torcida do futebol do América do Rio de Janeiro.

[Ouvindo: Party – Pizzicato Five]

Postar um comentário

13Comentários

Antes de comentar, por favor, tenha consciência de que este espaço é disponibilizado para a sua livre opinião sobre o post que você deve ter lido antes.

Opiniões de terceiros não representam necessariamente a do proprietário do blog. Reserva-se o direito de excluir comentários ofensivos, preconceituosos, caluniosos ou publicitários.

  1. Um dos meus 2 neurônios estão buzinando que Brasinha começou a sair por volta de 1961, 1962. Isto é, seu nome nada tem a ver com a gíria que o Roberto criou alguns anos depois.

    ResponderExcluir
  2. Refer, pode não ter, mas eu associo uma coisa a outra. Anos 60!

    ResponderExcluir
  3. Gente, eu aida tenho a revista com essa estorinha do gasparzinho...eu lembro bem do Brasinha... #velhoFeelings

    ResponderExcluir
  4. Tom, eu também! lol! De onde você acha que eu escaneei isso?

    ResponderExcluir
  5. Da Editora Vecchi, eu a-do-ra-va! Bolota e Brotoeja. A Brotoeja, então, era o luxo, porque - pra quem não conhece - TUDO dela era de bolinhas...

    ResponderExcluir
  6. Letícia, esse eu já não conheço. Fiquei curioso.

    ResponderExcluir
  7. Um dos primeiros presentes que ganhei quando eu nasci foi um "Brasinha" feito de feltro por minha tia-avó ! Vinha com tridente e tudo! E eu não larguei o bonequinho satânico por muito tempo, até ele se desfazer ! Quer dizer... já nasci abraçado no diabo né ?

    ResponderExcluir
  8. R. Scholl, tá amarrado! hehehehe

    Tem foto disso? Deve ser algo bem pitoresco da época.

    ResponderExcluir
  9. Na minha próxima visita na casa de mamãe vou procurar uma foto com o "Brasinha" e mando pra você ver !

    ResponderExcluir
  10. R. Scholl, oba! Fico no aguardo! :D

    miguelandrade100@gmail.com

    ResponderExcluir
  11. Um personagem que foi detonado pelo aspecto sombrio, mas que fez parte de uma época em que a leitura sobrepujava o preconceito.

    ResponderExcluir
  12. Um personagem que foi detonado pelo aspecto sombrio, mas que fez parte de uma época em que a leitura sobrepujava o preconceito.

    ResponderExcluir
  13. João, seria impensável vê-lo nas bancas do Brasil hj em dia.

    ResponderExcluir
Postar um comentário