De carne e osso para desenho

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Inesquecíveis frames da abertura de Heidi (Heidi, Girl of the Alps). Anime dos anos 70, marcante para gerações de vários países.

Particularmente este trecho parece ter o toque de gênio de Hayao Miyazaki, um dos responsáveis pelo desenho. A perfeição dos movimentos lembra bastante o das suas obras como A Viagem de Chihiro (Spirited Away, 2001).

Mas não é! A dança em círculos de Heidi e Pedro é obra do animador experimental Yasuji Mori. Para conseguir o efeito mais realista possível ele teria filmado em Super 8 o colega Miyazaki e o diretor Yoichi Kotabe dançando de mãos dadas.

A técnica, conhecida como Rotoscopia, é bastante conhecida desde os primórdios do cinema. Walt Disney já a empregou no seu Branca de Neve e Os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs, 1937).

Isso pode explicar a repetição dos movimentos em incontáveis dos seus longas. Há algum tempo roda pela Internet um vídeo comparando determinadas cenas.

Branca de Neve dançando com os anões é idêntica à certas sequencias de Robin Hood, Mogli, etc. Todos da fase mais econômica do estúdio, na década de 60.

Reaproveitaram o trabalho com rotoscopia de Branca de Neve (que deve ter sido intensivo) para contenção de gastos. Assista clicando aqui.

Em 2006, Richard Linklater radicalizou dirigindo O Homem Duplo (A Scanner Darkly) apenas com a técnica. Utilizando PCs, claro, mas máquinas, como se sabe, não trabalham sozinhas.

Aquém das expectativas, o filme vale algumas estrelinhas a mais justamente pelo experimento. Pelo menos para quem realmente gosta de cinema e animação.

Veja também:
Rotoscopia e a Mulher Maravilha
O "Mickey"" da Warner...
Em glorioso preto e branco
A garota dos Alpes


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4Comentários

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  1. Poxa, me lembrar de Heydi e o vovozinho foi o máximo!

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  2. Carmen, e aqueles pães de leite que a vó cega do pedro gostava? Morria de vontade de provar.

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  3. Desculpa falar só sobre uma parte do teu post, mas eu gosto de todos os filmes do Richard Linklater, só não aprovei muito O Homem Duplo. Isso me lembrou que uma das poucas coisas boas nele, além da animação, é que toca Radiohead no final. Aí eu lembrei mais: já assisti três filmes não muito inspirados que têm Radiohead na trilha sonora. Seria maldição?

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  4. Igres, comigo é exatamente o contrário. DETESTO aqueles onde fica um casal falando nada com nada. Acho pretensão pura!

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