Sem título

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Videodrome - A Síndrome do Vídeo

Parem as máquinas! Acabo de finalizar minha coleção de revistas General após mais de 10 anos de ter sido extinta. Encontrei em um sebo as quatro edições que me faltavam, mais uma zero (?) de quando a Conrad resolveu ressuscitá-la há uns dois anos. Fuçando nos arquivos daqui dá pra achar algum post a respeito. Óbvio que a maioria do conteúdo era chupado de revistas gringas modernas. O dólar estava baixo no início da década de 90 e as bancas ficaram abarrotadas de publicações estrangeiras a preços apetitosos. Pululava na imprensa gente sendo moderna a qualquer custo. Até a Folha de São Paulo tirou proveito, com colunistas caprichando no hype. Era hype pra cá, hype pra lá... A Internet tratou de pulverizar tanta camuflagem moderna, barateou e tornou acessível a informação antes dada a conta-gotas. Dá pra sentir um frio na espinha com o esforço sobre-humano da arte feita com os PCs arcaicos do período. São inacreditáveis os toscos e evidentes filtros do Photoshop (talvez na versão 3, sei lá) a cada página... Na seção Guia (edição 11) li a seguinte notinha: “Ninguém duvida que o grande hit da Internet para 95 é a WWW, W3, ou World Wide Wib (sic). Esta tela (sic) multimídia atolada bem no coração da mãe de todas as redes cresce a uma velocidade incrível. A WWW está para a Internet como a TV está para o telégrafo. Se você botar as mãos num computador com acesso a WWW, vá direto ao Yahoo (http://akebono.stanford.edu). É o assunto mais cool da WWW.” Primeiro, veja como o revisor apanhou com um monte de palavrinhas desconhecidas, segundo, esquecemos que Internet não foi (nem será) apenas www, e terceiro, Yahoo cool? E que porra de endereço é esse? E o produtor musical Miranda (visto hoje em momento bem menos moderno sendo jurado de programa do SBT, o Ídolos), na mesma revista lançou a Igreja Triangular do Resíduo Digital. Sabe que já tinha parado pra pensar nisso? Esse monte de coisinhas que vamos espalhando pelo cyber space vai ficando, ficando... Iremos embora e elas continuarão vagando. A quantidade de e-mails que volta e meia (quase rimou! Aleluia!!!) recebo comentando os mais variados assuntos que escrevi há três ou quatro anos como se tivesse postado agora é incrível. O futuro tornou-se passado, o passado presente, o presente futuro... Na época em que o Yahoo podia ser considerado cool a idéia era de que tudo por aqui seria descartável. Não haverá sebo virtual daqui a dez anos, mas salve Nossa Senhora do Backup dos Últimos Dígitos! Salve, salve...

[Ouvindo: Let Forever Be - The Chemical Brothers]

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